Diário de uma nova magra - A cadavérica
(Myrna Costa)
Juro que me pergunto como posso ser tão perseguida pelas situações mais ridículas e humilhantes que qualquer ser humano que é uma pessoa trabalhadora, mais ou menos politicamente correta, sensível, gentil, ou seja alguém tão ordinário quanto qualquer outro reles mortal, mereça passar. Eu fico com pena das famosas e poderosas quando são humilhadas publicamente por sua performance "imperfeita" na praia, mas até entendo, são os padrões que elas mesmas permitiram que criassem delas em editoriais perfeitos, em cenas de glamour, em listas das mais "tudo", agora viraram escravas do seu próprio feitiço (Ops! Será que estou misturando os ditados????)Mas é fato que ninguém iria torturar a Britney ou a Sandy, se elas não tivessem dito em cadeia nacional (ou internacional) que eram virgens, não é mesmo?Pois é, eu não...bem que gostaria de conhecer as delícias da fama, já que sou íntima da invasão total de limites na minha vida.Como os seres "humanos" sociais sempre se superam, lá vai a pérola da semana. Lá estou eu trabalhando que nem uma louca, em meio a milhões de pendengas, indo e voltando, sem tempo para fazer um mísero xixi, quando vou a recepção solicitar o envio de um fax. A boa educação que a mamãe me deu e meu pretinho básico meio Audrey, meio Jackie O, me fizeram ser gentil e falar docemente "Boa tarde" para quem estava lá. O problema é que quem estava lá, era um ser sem noção, sem espelho e que certamente foi educado bem longe da França, mas infelizmente uma pessoa dotada de um salário com bilhões de dígitos (Oh life, this is just not fair! Grrrrr). Esse ser me "conhece" há mais ou menos 2 anos (quando eu digo conhece entre aspas, é porque nossa "relação" se resume apenas ao que podemos traduzir como: Bom dia! e Boa tarde!), então, voltando ao assunto, eis que aquele que estava jogado displicentemente em uma recepção decorada para ter os ares mais esnobes, vira para a minha doce pessoa em um tom aquém qualquer limite de tolerância e diz: "Você continua com essa dieta? Está cadavérica!". Todos olham para a minha figura, roxa de vergonha, tentando analisar o meu corpo, e eu juro, que se ficasse parada ali, alguém provavelmente pegaria uma fita métrica para medir minha cintura ou coxas, e talvez, quem sabe...me humilhar só mais um pouquinho.Depois disso eu lembro dos flashes, tenho dois. Os do que realmente aconteceu, e os do que eu fico até agora imaginando que gostaria muito de ter feito.Primeiro o divertido: Imaginário, é claro!Eu pulando em direção a tesoura, cortando aquela gravata ridícula, envio a gravata via fax, pulo em cima daquele barrigão enorme até que fique em um tamanho normal. Enfio o livro da Glorinha (Manual da Etiqueta) pela garganta do indivíduo e para finalizar transfiro o salário dele para minha conta.Agora o que eu fiz:Tentei argumentar que não faço dieta, faço reeducação há um ano. Ele respondeu que eu não deveria comer nada, não é mesmo? E fez cara de quem sabe de tudo. Eu começo a ficar rubra e dou uma risada fake dizendo que como normalmente, só não como mais açúcar. Ele torceu o nariz, como se eu fosse a mais infeliz dos mortais (coitado, ele já não deve mais ter sexo na vida, só açúcar), eu me virei e saí irritada. Terminei minha noite tomando todas as canecas de cerveja que podia, comendo milhões de batatas fritas com molho, e tentando contar essa historinha para meus companheiros de mesa.Beijos e até a próximaPs. Passei horas no banheiro do bar me olhando no espelho para checar se não sou mesmo cadavérica! :(
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