Numa aldeia bem mais longe que o seu pensamento. Havia uma mulher muito brava e rabugenta. Que dava medo só de olhar! - Falar com ela? Cruz credo! Nem pensar! Assim era Maria. De dar medo em todo mundo. Não queria conversa com gente. Na verdade, ela odiava as pessoas da aldeia. Uma noite, ela recebeu outra visita indesejada. Como sempre ficou furiosa. - Maria! Abra a porta! – ordenou a estranha visita. - Quem é? - reclamou a sem sair da frente do caldeirão. - É a morte! - Ah! Pensou Maria... Até que enfim. Quando abriu viu uma mulher baixinha, maltrapilha, com roupas sujas, descalça e com rosto branco como a neve. Trazia nas mãos uma bolsa tão velha como ela. Maria ficou mais furiosa ainda. Ela já conhecia a Morte e, decididamente aquela coisinha não era. No máximo uma bruxa de fiar pensamento. Fiar pensamento era algo muito simples. Aliás, o mais simples de todos os feitiços. Era só fiar, atar e desatar cada fio de pensamento, para trançar as idéias nas pessoas que tinham pensamentos embaralhados. Coisa pouca se comparado aos poderes de Maria. Onde já se viu aquela coisinha querer mandar?-pensou Maria. - Você não é quem diz ser! Vá embora! – esbravejou Maria fechando a porta na cara da mulher. - Quem você pensa que é? - Sou mais forte que você! Suma daqui antes que lance meu feitiço! Maria não percebeu, mas naquela hora todos os bichos, insetos, árvores e o vento estavam tremendo de medo. Ai! Ai! Vai dar confusão! Coitada da Maria! De madrugada Maria quando acordou foi abrir a porta para ver se a mulher tinha ido embora mesmo. Mas, em vez de campo, árvores e mato tinha uma parede de ferro escura. Foi abrir as janelas, a mesma coisa. Subiu no sótão para afastar as telhas e viu onde estava ela e a casa. Dentro do seu próprio caldeirão. O vento amigo veio fazer companhia falando em brisa: - Maria! Desta vez você exagerou! - Só posso esperar para ver se a Morte vai voltar para ajeitar as coisas. Como não tinha nada o que fazer deitou na cama e começou a lembrar de coisas da infância.
(Uma história baseada na doutrina espírita, no sentido de apreensão do sentido da morte enquanto um retonro, com vários ensinamentos mostrados de forma lúdica)Para ler na íntegra entrar em contato
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