A CONSTRUÇÃO DA IDÉIA DE CÂNCER: OS MITOS E SEUS IMPACTOS AO O PORTADOR E FAMILIARES
(Ana Maria Alves Ribas)
A CONSTRUÇÃO DA IDÉIA DE CÂNCER: OS MITOS E SEUS IMPACTOS AO O PORTADOR E FAMILIARES Ana Maria Alves RibasSomente a possibilidade de ser portador de câncer soa imediatamente um alarme, na pessoa em questão e em sua família. Por conseqüência, mesmo antes de um diagnóstico definitivo, desencadeia uma série de reações, dependendo da idéia de câncer que foi concebida. Normalmente, as reações tendem ao pessimismo, revolta, desespero porque câncer foi associado a morte. “É tão arraigada a associação de morte ao diagnóstico de câncer que, mesmo continuando a viver, a marca da morte antecipada permanece para sempre nas pessoas que um dia se encontraram nessa situação. Existem muitas doenças fatais além do câncer, porém a impressão que temos é de que as outras doenças matam, o câncer destrói”. (CARVALHO, 2003). Com diagnóstico de câncer estas reações podem ser ampliadas ou particularizadas. O caminho desde a assimilação, processamento e elaboração desta informação, para que a pessoa e os familiares possam entender o que está acontecendo, até um posicionamento frente a doença, perpassam por inúmeras influências internas e externas, que se desdobrarão no enfrentamento necessário, ou seja, adesão voluntária ao tratamento, sua negação incondicional ou na oscilação entre tratamento e abandono. Interessante que, o caminho não é somente percorrido pelo portador, mas por todos os seus familiares próximos e das pessoas do convívio social e do trabalho. Portanto, o câncer é antes de tudo uma doença com implicações pessoais (portador), familiares, sociais e econômicas. Por isso, o mundo do portador de câncer é extremamente complexo, pois cada pessoa de seu convívio processará reações diferentes, conforme suas respectivas idéias e percepções sobre o câncer. Assim, o portador recebe todas as influências externas, por natureza são contraditórias e recheadas de mitos e preconceitos, estabelecendo um longo desequilíbrio físico e emocional na família. Contextualizar cada influência externa, processar e designar um destino para cada uma, se torna uma tarefa difícil para qualquer pessoa. Por outro lado há uma supervalorização da doença, em detrimento do portador enquanto ser humano e cidadão. Para algumas pessoas, a solidariedade ou valorização travestidas de piedade é direcionada aos portadores de câncer pela doença. Assim, como a existência de médicos que têm o tratar exclusivamente a doença, esquecendo todas as demais dimensões humanas. Podem ocorrer graves equívocos ao valorizar a doença, como a atenção e cuidados salvadores são prestados como recompensa pela doença. Quando o portador em tratamento está fragilizado, a família geralmente se auto-sacrifica para suprir as necessidades básicas de cuidado, carinho, amor, por sua vez, quando o portador está em fase de recuperação e mais forte toda a atenção é drasticamente reduzida ou suspensa porque cada familiar segue seu cotidiano normalmente. Por conseqüência, os familiares entram em processo de autodestruição, pela revolta em não conseguir gerar suas próprias necessidades ao ficar refém não do portador, mas da doença, que buscam não mencionar. O auto-sacrifício da família, quando esta deixa de atender a suas próprias necessidades, gera conseqüências negativas para o estabelecimento e aquisição de padrões de mudança tão necessários nesta fase, para obtenção do equilíbrio, além de originar ressentimentos e raivas e a própria expressão da crença negativa de que seu membro vai morrer. É essencial que, os portadores de câncer invistam no desenvolvimento de novas relações sociais, fora do âmbito familiar durante e depois do tratamento, pois não se pode esperar que os familiares passem o tempo todo e por um longo período suprindo as necessidades e exigências dos portadores, que descobriram na doença a atenção desejada e ao mesmo tempo atender as suas próprias necessidades Estas posições podem destruir as individualidades de todos da família, comprometendo as relaçõe
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