Estudo: planta carnívora pode ser também medicinal
(TERRA.com.br)
Matt Kaplan
As plantas carnívoras não são os primeiros organismos que vêm à mente
em termos de pesquisa para produtos médicos. Mas, em uma empreitada que
se assemelha à ficção científica, pesquisadores estão descobrindo nos
fluidos digestivos das plantas carnívoras angiospérmicas enzimas que
podem se provar úteis no controle de infecções.
A maioria das plantas sustenta o próprio crescimento absorvendo
nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio do solo. Mas para
aquelas que têm o azar de viver em regiões nas quais faltam esses
nutrientes ao solo, arranjos alternativos se desenvolveram - como a
presença de órgãos capazes de apanhar, matar e digerir insetos.
Alguns desses órgãos se desenvolvem em forma de bocas espinhentas que
se fecham em torno de insetos desprevenidos que pousem nas plantas.
Algumas se desenvolvem como folhas aparentemente normais recobertas de
uma gosma, que funciona mais ou menos como o papel pega-mosca.
Ainda outras, como no caso das estruturas apresentadas pela planta Nepenthes alata, são como que jarras escorregadias que funcionam como mundéus, ou armadilhas de caça. A Nepenthes alata
usa uma combinação de cores brilhantes e um aroma adocicado com o
objetivo de atrair insetos para dentro de sua "jarra", cujas paredes
escorregadias e fossa interior repleta de um fluido ácido aprisionam e
matam as vítimas.
Pesquisadores há muito imaginavam que o fluido contido na porção
inferior da armadilha contivesse enzimas digestivas. Pesquisas
anteriores confirmaram a suposição, mas ninguém sabia exatamente de que
enzimas se tratava. "A digestão das plantas dessa ordem vem sendo
ativamente estudada há mais de 150 anos, e ainda não sabemos como ela
funciona (porque) se trata de um processo altamente complexo", afirmou
Chris Frazier, da Universidade do Novo México em Albuquerque.
Agora, Naoya Hatano, do Instituto Harima, em Riken, e Tatsuro Hamada,
da Universidade da Prefeitura de Ishikawa, no Japão, identificaram sete
proteínas no fluido da planta carnívora. As planas carnívoras eram
cultivadas em seus laboratórios, e eles recolhiam os fluidos de plantas
recém-abertas para impedir contaminação pelos insetos que elas
capturam.
Os cientistas utilizaram uma eletroforese com gel de
poliacrilamida para separar as proteínas, e um espectrômetro de massa
para identificar que espécie de enzima essas proteínas tinham mais
probabilidade de constituir.
Algumas das enzimas que encontraram eram pouco familiares. Eles então
realizaram buscas em bancos de dados de proteínas para localizar
enzimas com estruturas semelhantes, e perceberam que algumas delas
provavelmente não tinham qualquer função digestiva.
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