Resumo de "Eu olho, tu olhas."

INSÓLITO CAMINHO...

Nessa caminhada, olhando em volta, de repente sinto que algo me
acompanha, só consigo perceber que tão perto de mim está... Não sei se do mesmo modo que eu olho ele também vê, mas eu agora sinto sua presença tão próxima, caminha junto comigo, não sei porque.
Não é nada sobrenatural, mas é persistente. Muitas vezes eu o enxoto pra longe, incomoda seu jeito de ser, olhos pequenos...Mas atentos.
Rodopia, voa, num incansável equilíbrio. Fico observando, muitas vezes isso me incomoda.
Eu nunca havia percebido, já tinha acostumado a caminhar sozinha... Já faz algum tempo... Quanto? Não sei, perdi as contas.
Mas fazer o que? Eu gostaria de saber o que aqueles olhinhos que tão rápidos se voltavam pra todo o lado, podiam ver... Mas que depois de algum tempo, isso já estava me incomodando.
Parecia que olhava atravessando meu corpo, espionando minha alma.
Isso me irritava muito, como se atrevia?
Nunca havia permitido que isso acontecesse, relutei a tamanho atrevimento.
Detestei a tudo que sem ordem ou permissão, se propunha a entrar no que me era mais sagrado... No meu eu.
Preparei-me pra guerra... Antes que pudesse chegar até mim eu o jogaria longe...
Tentei... Fiz isso varias vezes.
Eu não conseguia, chorei , briguei comigo, briguei com ele.
Debatei-me como peixe na areia seca, eu o detestava.
Parecia perfeito demais, tinha um equilíbrio que chamava minha atenção, suavidade na tarefa, no falar, nas ações.
Armava-me... Ele desarmava.
Queria com meu olhar, fulminar, desarmar, aqueles olhos pequenos que teimavam a me afrontar.
Dizia eu: Não vai se atrever, aqui no campo é frágil, pequeno, não conhece o perigo.
Até que um dia, vi que estavam se levantando e preparando “arapucas” para pegarem aquele que durante todo esse tempo estava perto de mim. Noooossa ele estava em perigo! Também quem não corria esse risco por andar ao meu lado? De primeiro momento pensei: Bem feito! É pra aprender... Acostumou-se a ver nesse jardim só as belas flores, e sentir o perfume selecionado. Não conseguia compreender o que o fazia ficar ao meu redor, Não falávamos a mesma língua, esse lugar não tinha nenhuma beleza ou perfume que pudesse chamar sua atenção, dentre as flores desse jardim, nunca seria rosa, nem uma flor mimosa, se flor, seria comparada somente ao “girassol”, grande sem graça ,mas com a única “cara” “amarela”, que se vira para o sol!
Mas estava em perigo! Isso eu não podia deixar.
Foi ai que tudo mudou, comecei a olhar, prestar mais atenção, Agora que faço?
Ou melhor, queria ver o que ele fazia...
O pior é que a cada dia me surpreendia, as vezes de pequeno tornava-se grande,as vezes de grande enorme.
Comecei a admirá-lo, prestar mais a atenção.
Sei que me desafiava, se atrevia , dos olhinhos pequenos de repente ficaram grandes que chegavam a me incomodar, mas isso despertava em mim uma motivação,as desigualdades caminhavam juntas,o Girassol e o Passarinho...
Passarinho... Nesse campo onde poucas flores te atraem...
Penso comigo, que tempo perdido...
Aqui não é o teu lugar, onde flores secaram... Voa, vai pra outro jardim... Aqui é campo de girassol, não é o teu Passarinho!
Foi assim que muitas vezes sozinha falei, e até contente fiquei quando vi o interesse desse Pássaro voltar se pra outro rumo...
Fiquei aliviada, vai desistir daqui, eu também já não queria ficar, cansei de virar sempre pro lado do sol, a vontade de conhecer a lua cada vez mais ficava forte ,pelo menos eu teria a liberdade de me fechar ,ficar quieta, nada falar... De que adianta?
Interessante como as coisas mudam, fui pra longe, fui ver outro lugar, conhecer novas pessoas, rever as antigas, sentir no raiar da Lua a diferença do Sol, vi pássaros grandes que voavam sem sentido, mostrando envaidecidos o tamanho de suas asas...
Ai senti saudades... Do Passarinho pequeno, que se equilibrava teimoso, na mesma rotina diária, indiferente a tud

Resumos Relacionados