BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


O LARGO
(Manuel da Fonseca)

Publicidade
Este conto do escritor alentejano Manuel da Fonseca, relata o desempenho do Largo nas sociedades em geral e no caso em apreço, na sociedade local emparticular.
È no Largo que se situa a igreja, onde os fiéis aos domingos de manhã se deslocam para ir à missa, ouvir as recomendações do Senhor, conversar uns com os outros, saber das últimas.
A ida ao Largo de manhã também tem como destino, além de encontrar pessoas amigas, ir à taberna local ou ao café. Aqui se bebe uma bebida quente ou não, aqui se fazem negócios, aqui se marcam encontros .
No Largo encontram-se os patrões, os lavradores e homens de dinheiro, os trabalhadores e outros. O Largo funciona como reagrupamento O Largo marco uma época.
O Largo era o centro do Mundo; hoje é apenas um cruzamento de estradas pois o comboio matou o Largo e a vida mudou-se para o outro lado da Vila. A vida modificou-se também. Morreram pessoas que transformaram a vida da Vila. O senhor Palma Branco, alto, seco, rodeado de respeito. Os três irmãos Montenegro, espadaúdos e graves. O Badina, fraco e repontão. O Estróina, bêbado, trocando as pernas de navalha em punho. O Má Raça rangendo os dentes, sempre enraivecido contra tudo e contra todos. O lavrador de Alba Grande, plantado ao meio do Largo com a sua serena valentia
O Largo, onde os senhores da Vila apareciam para conversar, de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres ferreis e outros.
O Largo era para os homens e a casa era para as mulheres. Não iam sair sozinhas à rua porque eram mulheres. Homens da família acompanhavam-nas sempre. Iam visitar as amigas e os homens deixavam-nas `a porta e entravam numa loja que ficasse perto; à espera que elas saíssem para as levar para casa.. Eram elas que iam `a missa enquanto os homens não passavam do adro. Eles não entravam em casas onde fossem obrigados atirar o chapéu.
Agora que cortaram os eucaliptos ao Largo, o Largo vai morrendo. Aos domingos vão todos para o outro lado da Vila.
Mas o velho Ranito fica. Hoje já não trabalha, ele, que outrora foi mestre artífice respeitado Vai à taberna do Largo e apenas sabe embebedar-se. Pequeno e fraco o vinho transforma-lhe alma. E no meio do Largo, de cajado em punho, range os dentes e grita, estonteado.
Se há aí algum valente que salte para aqui.!
Mas já não há nenhum valente.
E Mestre Ranito, olha em volta espantado, range os dentes e diz:
- Ah vida , vida!...
.
SOUSAFARIAS



Resumos Relacionados


- Pauliceia Desvairada

- Pirataria - Na Mira De Produtos Piratas

- Guloseimas Da Vida

- Para Bailar Y Enamorarse Mexico Y Espana Me Protejen

- El Gran Debate Del Desayuno



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia