Desertos, O Atacama.
(Nei Silva)
A origem dos desertos - uma imensidão inóspita que, surpreendentemente, constitui mais de um terço das terras do planeta - está diretamente ligada ao clima da Terra. A maioria deles situa-se nos trópicos, onde zonas de alta pressão impedem que a superfície seja umedecida. No caso do Atacama, a responsabilidade recai sobre as cadeias montanhosas dos Andes, que barram a passagem de nuvens carregadas de água.Nas regiões montanhosas esses lagos recebem reforço: são alimentados por gelos eternos das cordilheiras. Mas nem sempre o Atacama foi assim. Há milhões de anos, a água era abundante. Com o fim da era glacial, há 8 mil anos, os lagos imensos evaporaram lentamente. Desse período restam apenas gigantescas jazidas minerais - depósitos de cobre, lítio, salitre, nitrato e iodo, únicos no mundo pelo seu tamanho. Além de indícios arqueológicos antiqüíssimos, do período pré-colombiano: um espetáculo ancestral da natureza e do homem.A região foi primeiramente habitada pelos atacamenhos, povo da região juntamente com a civilização dos nativos aymaras, ambos deixaram um legado inestimável em termos arqueológicos, daí o seu nome deserto do Atacama.Tal riqueza é guardada em importantes museus, alientando-se o Museu de San Miguel de Azapa localizado no Vale de Azapa distante 12 km de Aripa e o Museu Del Padre Le Paige, em San Pedro do Atacama.Há importantes manifestações de arte rupestre pré-colombianas na região, que é o berço de uma das maiores esculturas de figura humana feita na pré-história, o Gigante do Atacama.Nas entranhas do deserto também podem-se descobrir ruínas intactas como as Vivendas Circulares de Tulor, que datam do 800 a.C., e as pukaras, fortalezas de defesa em Quitor e Lasana, além do centro administrativo Inca em Catarpe e Aripa.
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