Latin Jazz - Parte 7
(John Lester)
Em 1964 o baterista e percussionista peruano Alex Acuña passa a integrar a orquestra do pianista cubano Pérez Prado. Nesse mesmo ano Cal Tjader grava Soul Sauce, o mais popular álbum de latin jazz da década e Jerry Masucci e Johnny Pacheco fundam o selo Fania, o mais importante da música latina. No ano seguinte, Willie Bobo (1934-1983) grava Spanish Grease, álbum fortemente influenciado pelo R&B. Bobo é outro grande percussionista oriundo do denominado ‘spanish Harlem’ e considerava Dindi, de Tom Jobim, sua música predileta. Ainda em meados da década de 1960’ o pianista cubano Frank Emilio Flynn (1921-2001) e o grupo Los Amigos grava a faixa “Gandinga, Mondongo y Sandunga”. Flynn ficaria completamente cego devido a complicações no parto, o que não impediu que se tornasse um dos pinistas mais importantes na criação e divulgação do ‘filin’, estilo de música cubana repleta de influências do blues e do jazz. Em 1966 os contrabaixistas Israel “Cachao” López (1918) e Bobby Rodríguez se enfrentam ‘mano a mano’ durante memoráveis ‘descargas’ no Village Gate, lançadas em três long plays pelo selo Fania. Entre os participantes dessa jam latina estavam Eddie Palmieri, Charlie Palmieri (p), Vincent Frisaura, Alfredo "Chocolate" Armenteros, Pedro Boulong, Victor Paz (t), Jose Papo Rodrigues (tb), Candido, Jimmy Sabater, Francisco Pozo, Tito Puente, Ray Barreto (perc), Alfred Abreu (ts), Bobby Porcelli (as) e Johnny Pacheco (f). No ano seguinte é fundada em Havana a Orquesta Cubana de Música Moderna, sob a direção de Armando Romeu, Jr. Na década de 1970, embora o jazz naufragasse, o latin jazz ainda conseguia manter-se, ao menos como uma alternativa dançante ao jazz e rock que, cada vez mais, penetravam em terrenos arenosos e, na maioria das vezes, psicodélicos. Em 1971 o saxofonista colombiano Justo Almario torna-se diretor musical da orquestra de Mongo Santamaría. No mesmo ano, o saxofonista argentino Gato Barbieri abandona suas experimentações free, no contexto herdado de John Coltrane, e mergulha de cabeça nas maracas e bongos. Alterando sua tonalidade crua e lancinante dos primeiros álbuns (que lembram bastante a sonoridade do saxofonista brasileiro Ivo Perelman), a partir de 1969 Barbieri passa a investigar as possibilidades da música latina e brasileira no contexto do jazz, gravando Piazzola e Villa-Lobos em seu álbum Third World. Em 1971 grava o álbum Fênix, talvez o melhor álbum de latin jazz da década, onde prossegue com suas investigações acerca da música brasileira e latina, trabalho que jamais abandonará e que lhe retribuirá com muito sucesso (vide o álbum Last Tango in Paris, de 1972). Será também em 1972 que o pianista Chick Corea, após gravar com Cal Tjader, Mongo Santamaría e Willie Bobo, resolve formar o Returne to Forever que, inicialmente, contava com os brasileiros Airto Moreira na percussão e Flora Purim nos vocaiso percussionista, e se destacou no contexto do brazilian jazz. Logo em seguida, Corea optou pelo jazz-rock ou fusion, eletrificando totalmente a banda e afastando-se cada vez mais do latin jazz. Nesse mesmo ano o percussionista Armando Peraza passa a integrar o grupo de latin-rock do guitarrista Santana. No ano seguinte, Charlie Palmieri e Tito Puente participariam do álbum Primo, de Cal Tjader.
Resumos Relacionados
- Latin Jazz - Parte 8
- Latin Jazz - Parte 6
- Latin Jazz - Parte 9
- Latin Jazz - Parte 4
- Latin Jazz - Parte 3
|
|