SEGUNDA OPÇÃO DE VOTO
(Política para politicos)
SEGUNDA OPÇÃO DE VOTO
Muitas pesquisas eleitorais indagam ao entrevistado qual a sua segunda intenção de voto. Normalmente a pergunta é proposta da seguinte forma: "Se por qualquer razão, seu candidato preferido não pudesse disputar a eleição, em qual dos seguintes candidatos então você votaria?".
Esta é uma informação relevante que o candidato certamente deve incluir nas suas pesquisas. Basicamente, a sua utilidade está no fato de que indica uma reserva potencial de votos migrantes.
A possível migração destes votos do candidato preferido para o segundo mais preferido (ou menos rejeitado) não depende, necessariamente, de o candidato deixar de concorrer à eleição. Fatores outros, como os seguintes, podem ter o poder de desestimular uma parcela dos seus eleitores a permanecerem com ele, gerando uma tendência de migração de votos para o segundo mais preferido:
a perda de competitividade da candidatura e a convicção de que não terá chances de ganhar;
o surgimento de graves acusações contra o candidato;
o seu mau desempenho nos programas de TV/rádio e nos debates;
sua posição inferior nas pesquisas de intenção de voto.
A informação sobre a segunda intenção de voto é portanto muito importante para determinar o comportamento estratégico do candidato. É imperativo repetir que a migração de eleitores de um candidato para outro (que é percebido por aqueles eleitores como sua segunda intenção de voto), só ocorrerá na hipótese de que fique comprovada a inviabilidade eleitoral do preferido, por uma ou mais das razões enumeradas. Assim, se você for o principal beneficiário daqueles votos, a queda nas pesquisas deste adversário deve favorecê-lo, mais que aos outros. Por outro lado, embora interessado na queda nada pode fazer para provocá-la. Exatamente por ser o segundo mais preferido, não pode hostilizar aquele adversário, sob pena de aqueles eleitores deixarem de considerá-lo sua segunda opção de voto.
Em 2002, os votos destinados a Roseana Sarney podem ter migrado para Lula e Serra
Se, ao contrário, a segunda intenção de voto daqueles eleitores for outro candidato, é preferível que o candidato permaneça na disputa, retendo votos que, de outra forma, iriam para um adversário mais forte, com condições de vencer a eleição.
Deve-se também medir, nas pesquisas, o grau de consistência desta segunda preferência. Após a pergunta sobre a segunda intenção, deve-se fazer outra: "Nesta hipótese de seu candidato preferido sair da disputa, qual a certeza que você tem que votaria no candidato X (aquele que ele escolheu na pergunta anterior)?". As alternativas de resposta poderiam ser: com certeza votaria nele; certeza não tenho mas provavelmente votaria nele; talvez votasse nele; além das alternativas não sabe e não respondeu.
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