A Evolução do Homem e a Criação de Deus
(Carlos Vogt)
A Evolução do Homem e a Criação de Deus A questão Criacionismo e Evolucionismo tem ganhado espaço na mídia e na imprensa em discussões, polêmicas, artigos, reportagens e opiniões. Esse tema vem sendo ainda reforçado, ultimamente, por visões político-administrativo-religiosas de governos que, por ignorância e/ou interesses laterais, mas prioritários, tomam decisões a favor do obscurantismo, como é o caso dos que proíbem o ensino da teoria evolucionista em escolas públicas e como seria o caso se se proibisse, da mesma forma, o conhecimento do criacionismo, seus fundamentos e seus argumentos de fé e de razão. Esse fenômeno, que hoje tem no mundo uma certa amplitude e generalização, reflete-se também aqui no Brasil, em particular em algumas situações como a que vive o ensino público no Rio de Janeiro em que a adoção oficial de uma linha criacionista exclusiva cria, para dizer o mínimo, embaraços de clareza ao entendimento e à razão. Como as questões de fé têm razões que a própria razão desconhece e como a razão tende a se embaraçar consigo mesma, quando se trata da fé na razão e de tentar explicar e entender a razão da fé, não é simples, nem tampouco trivial optar por uma coisa ou outra sem os dogmatismos eclesiásticos ou laicos que tanto ruído causam à convivência das boas perguntas com o esforço sincero da demonstração das respostas apresentadas em bem arquitetadas hipóteses de verdade, de beleza e de bondade, divinas ou humanas, pouco importa, porque sempre formuladas pelo próprio homem. Terra que conhecemos. Não há razão para crer que aquilo que se deseja, existe, mas é um exagero dizer que você não tem direito de acreditar naquilo que você não pode provar; não há razão por que você não deva continuar acreditando mesmo advertido de que à sua crença faltam provas. Suponho que se sua natureza é tal que você deseja conforto em suas provações e um amor que o apoie e encoraje, você não procurará provas nem terá necessidade delas. Sua intuição será suficiente. Misticismo está além das provas e, na verdade, não pede senão uma convicção vivenciada. É independente de credos, pois encontra apoio em todos eles, e é tão pessoal que satisfaz qualquer idiossincrasia. É o sentimento de que o mundo em que vivemos não é senão parte do universo espiritual do qual adquire significância; é o sentido de um Deus presente que nos dá força e nos conforta. Os místicos narraram suas experiências em termos tão freqüentemente similares que não vejo como negar-lhes realidade. De fato, tive eu próprio, numa certa ocasião, uma experiência que só pude descrever com palavras que os místicos usam para descrever seu êxtase. Eu estava sentado em uma mesquita abandonada perto do Cairo quando, de repente, senti-me arrebatado como Ignácio de Loyola sentado às margens do rio em Manresa. Tive um sentido irresistível do poder e da grandeza do universo e um íntimo e estilhaçado sentido de comunhão com ele. Quase posso dizer que senti a presença de Deus. É, sem dúvida, uma sensação bastante comum, e os místicos tiveram o cuidado de valorizá-la somente quando sua influência podia ser claramente vista em seus resultados. Penso que ela pode ser ocasionada por outras causas que não religiosas. Os próprios homens santos admitiram voluntariamente que os artistas podem ter essa experiência e que o amor, como se sabe, pode produzir um estado parecido de tal modo que os místicos se viram na situação de usar frases de homens amorosos para expressar a sua visão beatífica. Não sei se isso é mais misterioso do que a situação, que os psicólogos ainda não explicaram, em que você tem um forte sentimento de que em algum momento do passado você viveu uma experiência parecida com a que você está vivendo. O êxtase do místico é bastante real, mas é válido só para ele. O místico e o cético concordam num ponto, de que ao fim e ao cabo de todos nossos esforços intelectuais permanece um grande mistério. Diante disso, extasiado pela imensidão do universo e descontente com o que os filósof
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