O JIPE DO TIO GINO
(Marilena Orsoni)
Certa vez, Tunico deu um jeito para fazer seu pai gostar de andar de jipe. Porque de jipe? Porque seu tio Gino - que era um homem muito gentil - havia comprado um - do jeito que toda criança gosta - aberto e ligeiro, e num belo gesto, convidou-os para um giro ao redor da cidade. Tenho que concordar, Tunico foi muito inteligente para convencer seu pai - se fez de anjinho e encheu ele de muitos beijinhos - prometendo que não mexeria na geléia de graviola, que sua mãe havia colocado na geladeira. A ansiedade pelo passeio foi tão grande, que não percebeu que havia saído de casa em jejum - mas não ligou - comeria algumas sementes de girassóis que seu pai levara para atrair a atenção dos papagaios que ficavam sobre as árvores da estrada. Ao longo de todo trajeto, fazia muita ginástica para se manter sentado, e isso lhe fazia sentir um pouco enjoado. Quem não estava gostando muito do passeio era seu pai, que não disfarçava e volta e meia se queixava dizendo que aquele tipo de veículo não fazia seu gênero. Tunico, porém, rebateu as palavras de seu pai (e porque não dizer de uma forma injusta) dizendo que aquele Jipe sim, é que dava gosto de passear - não aquela geringonça da carroça que tinham lá no sítio. Tunico não tinha consciência de que, estava entristecendo o coração de seu pai, não percebeu o jeito grosseiro que falou com ele - e não lhe pediu desculpas. - Que passeio genial, só falta ver uma girafa neste safári! Dizia o menino, que não se continha de tanta alegria. Tunico estava muito ansioso e agitado, aquele passeio havia gerado nele uma sensação de euforia - fazendo com que deixasse de lado seu jeito educado de ser - naquele Domingo mágico, na vida de um menino, que nunca havia feito uma viagem tão genial e eletrizante. Quando voltou para casa, Tunico encontrou sua amiga Joaninha, que olhava a fotografia de uma jibóia, caçada pelo seu irmão Genaro. Conversam um pouco e logo entraram - porque - o delicioso jantar de sua mãe já estava na mesa - e sua fome era muito grande. A consciência de Tunico estava muito pesada para sentar-se à mesa e desfrutar das deliciosas comidas feita por sua mãe. Ele, não conseguia encarar os olhares penetrantes de seu pai, que lhe cobrava uma atitude. - Pai, eu hoje fui muito injusto com o senhor que é tão bom para mim. Eu não devia falar daquele modo como falei - me perdoa ta Pai - e, por favor - me dá um abraço. Depois do pedido sincero de desculpa, à harmonia voltou ao lar daquela família tão feliz.
Texto: palavras com j e g.
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