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PSIQUIATRIA, VIOLÊNCIA E GLOBALIZAÇÃO
(desconhecidos)

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Psiquiatria, violência e globalização, três termos que se delineia num quadro que pode nos dar uma suposta impressão de harmonia entre eles, sugerindo-nos então, demasiado rápido, uma complementação onde um termo se interpretaria pelo outro, vale dizer: num mundo globalizado em que a competitividade alcançou seu auge, o paciente psiquiátrico, não sendo capaz de responder às exigências criadas pela globalização é levado a uma tensão insuportável que se descarrega em violência seja um sinal inequívoco de doença mental no mundo globalizado de fronteiras virtuais, e competitividade feroz. Entretanto, contrários ao senso comum, estudos epidemiológicos levados a cabo no National Institute of Mental Health, EUA, concluíram por uma não associação ou apenas uma associação muito discreta entre doença mental e risco de cometer crime de violência, apontando, entretanto, para dois fatores associados às violências tóxicas e presença de transtorno de personalidade anti-social. O risco de violência em indivíduos da população geral com abuso de álcool ou drogas foi duas vezes maior do que em pacientes esquizofrênicos sem abuso. Uma terrível ironia, se pensarmos no portador de um nome desse porte, que parecia acreditar no milagre de passar impune.
Tentemos agora colocar em tensão violência e globalização. Essa expressão designa um movimento complexo de abertura de fronteiras econômicas e de desregulamentação, que permite às atividades econômicas capitalistas estenderem seus tentáculos ao conjunto do planeta. Se este termo tem sua origem na literatura destinada às firmas multinacionais, inicialmente limitava-se a uma mundialização da demanda, rapidamente passa a ser identificado, atualmente, a uma nova fase da economia mundial. A globalização parece marcar uma ruptura às etapas precedentes da economia internacional. Se antes a economia era internação, entre estados-nação, na contemporaneidade vemos emergir uma economia globalizada, na qual as economias nacionais serão decompostas e posteriormente rearticuladas no seio de um sistema de transações e de processos que operam diretamente em nível internacional. Adeus, portanto ao compromisso político e a noção mesma de conjuntura local.
O antes, pesadelo da modernidade, do desemprego e da exclusão na sociedade global, se transformou ironicamente, num sonho altamente desejável, um emprego, ainda que apertando parafusos nas linhas de produção. Freud pensava a destrutividade como fazendo parte, intrínseca, ao humano. A evidência disso na história e na vida cotidiana é óbvia e digamos de uma obviedade tamanha que volta e meia nos perguntamos por que tanta violência, esquecendo que uma de suas principais motivações advém das ações humanas estar sujeitas a uma complicação diferente, das motivações de outros mamíferos.
Einstem, já observava que não há maneira de eliminar totalmente os impulsos agressivos do homem. Entretanto, determinar as condições pelas quais podemos falar de uma ação ética significa que a realização dessas condições seja imediata. Partindo da figura do sujeito ético, a violência é mais ampla que esse lugar restrito de desordem, delinqüência e doença. Nessa sociedade obscena, que transforma as diferenças em desigualdades estúpidas, onde aos negros se atribui à ignorância; aos índios, a indolência; aos doentes mentais, atos violentos; não é preciso dizer mais para deduzirmos que estamos longe de uma sociedade solidária.



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