O Jogo das Diferenças
(Luis Alberto Oliveira Gonçalves; Petrolina Beatriz Gonçalves e Silva)
Vivemos o tempo da afirmação das diferenças ou, dizendo de outro modo, do "jogo das diferenças", das identidades, de temas como gênero, etnia, raça, enfim do multiculturalismo. É este o tema central do livro "O Jogo das Diferenças: multiculturalismo e seus contextos", dos autores Luis Alberto Gonçalves e Petrolina Beatriz Gonçalves, publicado em 2004, pela Editora Autêntica. São muitos os fatores que combinam para o debate de tantos temas, cujas idéias nem sempre são fáceis de serem aceitas, pois há uma pluralidade de visões e abordagens. Uns compreendem o multiculturalismo enquanto um movimento de idéias resultando de uma visão coletiva, voltada para a centralização das diferentes culturas, entendidas como visões, crenças, comportamentos e ações que moldam as interações sociais. Outros, consideram o multiculturalismo como uma proposta política ingênua, pois ele estimula a fragmentação social, que leva a desintegração nacional. A origem do fenômeno multicultural contemporâneo, apesar da influência da mídia e das redes de informação, está vinculada aos países onde a diversidade cultural é vista como um problema para a construção da unidade nacional. São países das Américas do Norte, Central e do Sul, onde os confrontos étnicos, religiosos, lingüísticos são bastante acentuados. Os conflitos culturais nesses territórios se agravam no final do século XIX e início do século XX. O multiculturalismo contribuiu para quebrar a visão naturalista dos fenômenos sociais, denunciando como arbitrário os atos que nomeiam, interpretam e explicam as realidades humanas de forma mecanicista, desconsiderando a cultura. Nessa linha, foi fantástica a contribuição da Antropologia Culturalista. O multiculturalismo ganhou força e expressão através da música e do cinema, materializando-se em formas artísticas diversas, ganhando um caráter híbrido, misturado, em diferentes lugares do mundo. Muitos filmes trouxeram e discutiram temas como a homossexualidade, negritude, racismo, dentre outros. Tudo isto revela a dimensão estética do multiculturalismo. Temos percebido que o multiculturalismo no Brasil não interessa a toda a sociedade, mas principalmente aos grupos excluídos das políticas públicas, que não levam em contar as especificidades dos diferentes grupos sociais e as questões relativas a raça, gênero, preferência sexual, geração, etnia, etc. O multiculturalismo tem favorecido aos "estudos culturais", cujas idéias e atividades têm apresentado como resultados: a implementação de programas de ensino nas escolas e universidades, criação de secretarias e marcos legais, ofertas de bolsas, dentre outras iniciativas. O livro também aborda o multiculturalismo e a educação nos Estados Unidos. Chico Gaia.
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