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Idioma pátrio
Nosso pequeno grande idioma pátrio, já tão massacrado, usurpado e remexido pelos ditos conhecedores da língua, encontra-se à deriva, quase sem nenhum porto seguro à vista. A má formação nas universidades de educadores de um modo geral, resulta na deformação de educandos, gera-se assim, uma ciranda com proporcionalidade assustadoras. O idioma pátrio rabiscado nas aulas de português no curso de segundo grau é o reflexo da educação como um todo no Brasil. O professor de português tenta redesenhar o idioma com seus cinqüenta minutos de aula dia. O governo com sua preocupação educacional adultera às leis, desenforma, complica, não desenvolve portanto, uma política educacional voltada para o idioma pátrio. Se se pensar direito, a educação no Brasil tem o mesmo caminho da miséria, ou seja, o esquecimento. O maior reflexo da má formação de educadores está nas ruas, nos logradouros, nos jornais, nos próprios livros de português. A comunicação desenvolvida pelos jornais escritos e também o falado chega a ser um cacarejo. É vergonhosa a situação jornalística no Brasil. As próprias pessoas encarregadas de fazerem a revisão nos jornais são desenformadas, seria preciso empregar revisores de revisor nos veículos de comunicação para que as aberrações existentes fossem menos evidentes. Os cursinhos de português chegam a ser ridículos pelo que prometem. Será que são mesmo professores de português? Ou será que eles têm fórmulas que se pode realmente aprender português em um cursinho de três meses? O mais vergonhoso é quem acredita nesse milagre repentino. Na verdade, só fazem revisão, só enrolam, ganham prestígio com o resultado dos concursos. Os que passam, às vezes, por esforço próprio ou por sorte, deixam seus nomes serem veiculados à imprensa, dando assim, fôlego aos cursinhos decorativos. “Venha! nosso curso de português é o mais completo”, “aprenda português num toque de mágica”. Os desesperados esperam que apareça um novo Moisés para abrir-lhes o caminho do sucesso na língua pátria. Não são só os cursinhos relâmpagos – a comunicação de graça e apelativa nas ruas, nos jornais – os culpados pelo desenvolvimento equivocado da língua portuguesa no Brasil. Os professores de português das escolas públicas também têm sua parcela de culpa no bolo da língua que descarrila rumo ao abismo. Muitos acham que a deformação da língua é imutável. Ledo engano. Talvez o comodismo, a má formação, a falta de argumento e o profissionalismo os levem ao passado. O governo precisa repensar na educação do Brasil, precisa deixar de fornecer pão e circo à população, necessita urgentemente de uma política educacional para que a língua pátria não seja tragada pelo lado obscuro da ignorância, da mesmice, do irreal. Nosso pequeno grande idioma pátrio, hoje mais pequeno do que pátrio, precisa ser grande, por que é nosso, e é pátrio.
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