Resumo de Concerto Campestre

ENREDO Por meio de uma linguagem de efeitos sugestivos, Assis Brasil desenvolve o entrecho atraindo a atenção do leitor até o final da trama. Mediante uma sucessão de acontecimentos, retrata, entre outros, o comportamento da família do Major Antônio Eleutério, especialmente o de sua filha, Clara Vitória, que se apaixona pelo Maestro da Lira de Santa Cecília – romance impossível, devido aos “princípios” sociais. Os personagens são definidos pelo autor através de traços fortes: proprietário de grandes terras e charqueador, o Major é um homem bastante rígido e conservador. Por outro lado, demonstra sensibilidade quando o assunto é a música. Por isso, decidiu ter em sua fazenda uma orquestra particular, a Lira de Santa Cecília. Assim que os primeiros acordes iniciavam, Eleutério modificava completamente o seu estado de espírito: uma feição rude abria espaço para um longo sorriso, momento que ninguém ousava interromper. Dona Brígida, sua esposa, em contrapartida considerava uma extrema perda de tempo e dinheiro manter um grupo musical, ainda que fosse assistido por parentes, vizinhos da redondeza, criados e pelo Vigário. O Vigário da Vila de São Vicente apresenta ao Major o Maestro, um mestiço demasiado mulherengo, para que ele dirija a orquestra. O músico é instalado na casa da família, em um quarto de hóspedes próximo ao da única filha mulher – o que gerou um desfecho catastrófico. Clara Vitória é uma jovem muito bonita. Dona Brígida já havia inclusive lhe arrumado um bom partido para o casamento: um administrador de uma fazenda da redondeza, branco e cheio de posses, Silvestre Pimentel. Contudo, paixão não se escolhe. A melodia que o Maestro mineiro consegue extrair da orquestra, contudo, não encanta somente o Major. Ao final do primeiro capítulo, anuncia-se um fato inesperado, o amor de Clara pelo Maestro. Mas como assumir uma paixão por um artista mulato-claro em meados do século 19? Tal situação vai de encontro aos valores morais, pois o indubitável seria casar com o fazendeiro rico. O segundo capítulo, em que o autor utiliza o recurso do flashback, termina com a informação de que Clara Vitória passa as noites com o Maestro. No terceiro capítulo estamos diante da gravidez indesejada de Clara. A reação do Major é violenta: expulsa Clara de casa, mandando-a viver em uma tapera distante, localizada em um terrível lugar, o boqueirão; tenta equivocadamente matar Silvestre Pimentel e dissolve a orquestra, que significava seu maior orgulho. Pimentel resolve ir embora para outra estância, e o Maestro, após um período de remorsos, muda-se para Porto Alegre. Enquanto isto, Clara sobrevive naquele lugar inóspito, grávida e reclusa, com a ajuda de farnéis preparados por Siá Gonçalves e que lhe são deixados periodicamente pelo capataz da estância. A estância passa a ser evitada por todos. Acaba-se o casamento com D. Brígida. O Vigário tenta interceder por Clara e termina sendo expulso da estância pelo Major. O período de gravidez de Clara chega ao fim: nasce uma “guria”. Siá Gonçalves acolhe a criança e toma providências para que os Fontes não tomem conhecimento do fato. Em Porto Alegre, o Maestro é despedido e resolve voltar para a estância com os integrantes da Lira de Santa Cecília. O Major acolhe novamente a orquestra e, como a data de seu aniversário está próxima, programa um grande concerto que terminaria com um baile. As pessoas convidadas não comparecem para o desconsolo de Antônio Eleutério. O concerto mesmo assim é realizado e assume contornos macabros. Acaba em tragédia: o Major comete suicídio. O Maestro vai até ao boqueirão para resgatar sua amada. LIRA DE SANTA CECÍLIA Eram convidados para assisti-la alguns militares em trânsito, o Vigário da Vila de São Vicente, estancieiros e suas esposas, os quais ocupavam as fileiras de honra, em frente à família de Eleutério, que ficava em lugares secundários. Também ouviam a orquestra particular do Major os escravos e os empregados. ESPAÇO O romance ocor

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