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Simulação da identidade no espaço
(Wanderley Todai Júnior)

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A autodeterminação do individualismo estrito é uma característica do contemporâneo. Diferentemente de tempos anteriores dentro da era moderna, onde a posição social, quase constantemente, determinava quem se era, a modernidade contemporânea retirou a determinação heterogênea das classes e condicionou a verdade do ser à autodeterminação. [1] Nas palavras de Sartre (apud BAUMAN, 2002, p 40), “não basta ter nascido burguês – é preciso viver a vida como burguês”. A modernidade líquida leva essa condição moderna ao seu nível máximo, em toda sua história, quando deixa para o homem toda a obrigação da determinação de sua vida; quando o deixa neste estado de total fragmentação; ou poderíamos dizer assim: agora, não basta representar o que se é; é necessário reafirmar e reajustar cotidianamente essa identidade. Ser alguém ou alguma coisa, pode ser tanto realidade como ilusão, veracidade ou ideologia. Mas a reafirmação constantemente cobrada e reforçada da identidade intensifica em demasia a verdade da identidade. Ela toma a verdade da identidade e a faz real, mas ela é intensificada, de tal modo como verdade, que a verdade da identidade tomada se torna “mais real que o próprio real”. A identidade é aplicada e afirmada de modo tão intenso, mas fora do seu contexto próprio, que a realidade sua passa a ser mais real que sua própria realidade; ela foi tomada de seu contexto e replicada de modo intenso, destruindo a forma original que antes tinha sem deixar de ser identidade – é a destruição da forma originária do real, para outro real idêntico. Esta é a característica da Simulação. Ela não é verdade, falsidade ou ideologia, mas apenas Simulação. É o esvaziamento do real, ou o real vazio.[2] A simulação esvazia todo seu conteúdo e mantém apenas o real simulado, que ainda é o real, esvaziado; o mesmo real, mas sem seu sentido. A simulação, também, esvaziada e sem sentido, retira todo sentido do contexto que a cerca. O cenário a sua volta perde o sentido próprio, ficando reduzido ao real vazio do que está sendo simulado. Baudrillard demonstra esse acontecimento no filme de Stanley Kubrik (2001, uma odisséia no espaço): “Monumento aos jogos de simulação de massas, o centro funciona como um incinerador que absorve toda energia cultural devorando-a – de certo modo como o monólito negro de 2001: convicção louca de todos os conteúdos que aí vieram materializar-se, absorver-se e aniquilar-se. [3] Também, por não resistir à tentação de aprofundar um pouco essa questão, outra Simulação, que se pode ver em filme, é a Simulação presente nos “replicantes” de Blade Runer, que são reproduções fidelíssimas de homens, onde já não mais se sabe onde termina e inicia a separação entre o homem e a máquina; do mesmo modo, a realidade a volta do “replicante” deixa de ser uma realidade própria e é absorvida pela realidade da máquina, girando em torno desta realidade, replicada, mas vazia. O grau de autodeterminação imposto pela ordem contemporânea, num processo de volatilidade incrível em que foram deixadas as identidades, retira da identidade do homem sua própria essência, como o replicante o faz quando reproduz o ser humano. A identidade afirmada nestas condições de eterno conflito e reafirmação apenas reproduz a identidade mas não sua verdade ou sua essência, por isso, como o replicante ou o monólito, é uma identidade intensa, mas vazia, instável, indefinida, incerta. O problema que se segue é que esta identidade simulada, como o monólito ou o replicante, faz com que a realidade a sua volta seja subtraída, esvaziada e, como nos dois filmes, reflita apenas pela realidade da simulação. Logo, a realidade do espaço público, onde se dão ou se davam as coisas públicas, passa a refletir a realidade da simulação da identidade, flexível, fragmentada – individualização estrita. A grande simulação da identidade auto-afirmativa e fragmentada faz com que o espa



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