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O
mapa com os pontos da nova rede de urgências está prestes a ser
publicado em Diário da República. A decisão final prevê um número mais
elevado de serviços de urgência em todo o país do que o que tinha sido
proposto pela comissão de especialistas responsável pela polémica
reorganização (e que ascendia a 83, no total).Este foi o último
despacho assinado pelo ex-ministro da Saúde antes da sua demissão e não
terá merecido alterações da nova titular da pasta, Ana Jorge, que o
deixou seguir para publicação. É um acto formal que não deverá ter
grandes implicações práticas, uma vez que tanto a nova ministra como o
próprio primeiro-ministro já deixaram claro que novos encerramentos
apenas acontecerão depois de estarem operacionalizadas as alternativas
no terreno. "O despacho mantém-se, mas deve ficar congelado. O timing
agora é outro", comenta, a propósito, um especialista, sublinhando que
não acredita em novos fechos nos próximos tempos. Pelo contrário, já há
autarquias a avançar com procedimentos judiciais para a reabertura de
serviços, lembra.Apesar de aceitar o grosso das sugestões da
Comissão de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências - que
propunha 84 pontos de rede, a maior parte dos quais serviços de
urgência básicos -, o ex-ministro Correia de Campos cedeu a algumas
pressões, negociou com autarcas e protagonizou alguns recuos. As
principais alterações em relação à proposta inicial já são conhecidas:
o serviço de urgência do Hospital Curry Cabral mantém-se aberto (pelo
menos até à construção do Hospital de Loures), tal como o do Hospital
de Macedo de Cavaleiros. A comissão de peritos incluía estes dois
serviços no lote dos encerramentos (sugeridos 15). Deste total, seis já
fecharam: Peso da Régua, Espinho, Ovar, Cantanhede, Anadia e Fundão.
Faltariam, portanto, mais sete, se as sugestões dos peritos fossem
aceites. Mas em relação a estes serviços também houve cedências
expressas nos protocolos assinados ao longo do ano passado com as
autarquias: os hospitais de Santo Tirso e o de Fafe ficaram com um
Serviço de Urgência Básico, SUB, apesar de se prever que os dois casos
sejam reapreciados depois no contexto dos futuros centros hospitalares
Famalicão-Santo Tirso e Guimarães-Fafe. O mesmo está previsto para o
Montijo, onde fica a um funcionar um SUB até à constituição do Centro
Hospitalar Barreiro-Montijo.Antes havia 73 serviços Já
a enfrentar a onda de contestação popular na sequência dos fechos dos
primeiros serviços de urgência, dias antes da sua demissão, Correia de
Campos foi sintomaticamente mais cauteloso no último protocolo assinado
com uma autarquia - a de São João da Madeira. Este protocolo prevê que
a urgência de São João da Madeira continue em funcionamento durante um
ano até serem criadas condições para o seu encerramento, nomeadamente a
cobertura integral da população com médicos de família. O protocolo faz
ainda depender o fecho de uma avaliação do funcionamento ao fim desse
prazo e da colocação no terreno de uma nova ambulância de suporte
básico de vida. Relativamente a Peniche, município com o qual
Correia de Campos não chegou a acordo, decidiu-se que um eventual
encerramento fica adiado até à construção do Hospital Oeste-Norte. Apenas
as urgências de Vila do Conde e Estarreja estarão, assim, em condições
de ser fechadas e substituídas ainda este ano por consultas abertas
(atendimentos não programados para casos agudos assegurados por médicos
de família entre as 8h e as 24h). Pelo menos é isto que está previsto
nos protocolos assinados entre as administrações regionais de saúde e
as respectivas autarquias.Houve ainda uma outra alteração em
relação à proposta inicial: em vez de um SUB, o Hospital de Chaves terá
um serviço de urgência médico-cirúrgica (SUMC). E também São Pedro Sul
viu garantido o seu SUB, depois de Correia de Campos ter dito que não e
ter voltado atrás.Resta saber o que vai acontecer a este
despacho. A nova ministra e o primeiro-
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