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O Século Do Gene
(Evelyn Fox Keller)

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Qual o significado das revoluções genéticas ocorridas após a redescoberta das leis de Mendel, ocorridas a partir de 1900 e que rapidamente causaram um grande desenvolvimento na área da Genética? Por que o conceito resiste por tanto tempo?
O primeiro passo é discutir a estabilidade genética: como a transmissão das características hereditárias são condicionadas a um pequeno número de átomos que carregam um amontoado de informações tão importantes que garantem a preservação da vida. Como uma comparação, Keller faz um paralelo entre os trabalhos de Mendel e a descoberta dos fatores hereditários e Darwin com sua teoria da evolução, publicada em A origem das espécies, num questionamento de que se ?a mudança é a essência da vida, como dar conta da notável estabilidade com a qual os organismos se desenvolvem e crescem??. O ponto central está nessa discussão, a de que existe uma unidade capaz de manter sua autonomia e transmitir intactas as características para as futuras gerações.
Como ocorre essa estabilidade? Descrevendo uma série de trabalhos de estudiosos que procuraram desvendar o mistério, entre estes Weismann, com seus questionamentos que estabelecem a dúvida existente sobre os fatores que determinam as características das gerações, os determinantes, segundo Weismann. Comenta Darwin, com suas gêmulas e de Vries, com sua teoria da pangênese e a redescoberta de Mendel, com seus fatores transmitidos, até chegar a Johannsen, que enfatiza que a palavra gene é mais apropriada, por ?estar livre de qualquer hipótese?. Muller, citado no texto como um visionário, é dos primeiros a questionar a entidade do gene, de que propriedades é ele dotado, como é seu funcionamento.
O próximo passo é explicar quais os fatores que culminaram com a descoberta por Watson e Crick do modelo de DNA dupla fita, helicoidal e capaz de se replicar, mantendo intactas as características, estável por poder parear suas bases (unidades formadoras da fita) complementares, dotando futuras gerações com características conservadas da geração anterior. Os detalhes que faltavam foram definidos posteriormente, definindo mesmo que a estabilidade da molécula de DNA se deve a um complexo de proteínas associadas que o mantém estável e que sua capacidade replicativa deve-se à existência de enzimas que realizam esse trabalho. O DNA passou a ser considerado de outra forma, mais dinâmico e interativo para a maquinaria celular, diferentemente do que se acreditava até o início do século XX. Este agora até mesmo está propenso a erros, não considerados até o momento, embora trabalhos como o de Stahl tenham mostrado os mecanismos através dos quais as células são capazes de reparar o material genético.
Não se pode no entanto dizer que exista estabilidade absoluta da molécula. Quando se discute Darwin, mais ainda se discute a propriedade de ocorrência de modificações na estrutura do DNA, através de mutações que se mantém e conferem novas características. Witkin demonstrou experimentalmente a mutagênese que ocorre em Escherichia coli, determinado por reparos propensos a erros. Assim, acredita-se que os mecanismos que garantem a estabilidade genética foram supridos ao longo da evolução dos organismos e de sua adaptação às novas características. Define nesta parte do texto a palavra evolvabilidade, como ?a capacidade de gerar qualquer variação fenotípica herdável sobre a qual a seleção possa agir?, de forma que as mutações só serão transmitidas às próximas gerações se houver possibilidade de que esta mutação vença as barreiras de reparo oferecidas pela célula e possa ser replicada e transmitida. O subtítulo final do capítulo delineia uma consideração acerca dos temas tratados ao longo de todo o extenso capítulo.
A segunda parte é uma reflexão sobre a funcionalidade do gene ? o que um gene é capaz de fazer, como a molécula é capaz de transformar as informações contidas em suas bases em proteínas, o produto dos genes, denominados como dogma central, nos processos de transcrição e tradução.
O questionamento central é a relação que já não mais satisfaz aos interesses da biologia molecular de que um gene gera uma proteína, entrando em discussão os genes reguladores, genes que são ativados para que realizem suas funções. Agora entra em pauta a questão de nova estrutura fina dos genes, sua região promotora diferenciada da região estrutural e a regulação que essas regiões têm na tradução. Mais, os estudos levam a determinação de mecanismos de processamento da fita transcrita para que a proteína seja codificada, com a retirada do que se acredita ser ?lixo?, o DNA intrônico.
Com o caminho aberto, pode Keller discutir como o gene determina o fenótipo do organismo, como a atuação do gene é capaz de influenciar no aspecto que terá o organismo quando a proteína traduzida se expressa. A novidade do capítulo se encontra no fato de a autora discutir o que hoje se conhece por programa genético, que cuidou de desvendar o processo em detalhes da replicação-transcrição-tradução e que hoje transformou-se em caso de acirradas publicações. Quem nunca ouviu falar de Dolly, o clone mais famoso dos últimos tempos? O capítulo é fechado com uma abordagem da visão atual da genética molecular, com suas perspectivas para os próximos anos.
Na última parte, Keller vai trabalhar a biologia como uma ciência em constante mudança, não somente baseada em questões puramente físicas, mas que delineia sua história ao longo da evolução orgânica. Promove um debate sobre o que é um organismo, no sentido estreito da palavra organização, com suas peculiaridades, que mantém em fluxo a sobrevivência dos organismos.



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