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Psicodiagnóstico Clínico: Novas Contribuições
(ARZENO, Maria Esther Garcia)

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Objetivos e Requisitos da Primeira Entrevista:
No caso de ser a primeira consulta que os pais (ou o paciente adulto) fazem, a primeira entrevista é o primeiro passo do processo psicodiagnóstico e deve ser muito livre, não direcionada, de forma que possibilite a investigação do papel que cada um dos pais desempenha, entre eles e conosco; o papel que cada um parece desempenhar com o filho, a fantasia que cada um traz sobre o filho, a fantasia de doança e cura que cada um tem, a distância entre o motivo manifesto e o latente da consulta, o grau de colaboração ou de resistência com o profissional, etc. Para isso, serão levados em consideração tanto os elementos verbais como não verbais da entrevista, a gesticulação dos pais, seus lapsos, ações, como por exemplo ir ao banheiro, esquecer algo ao partir, segurar o tempo todo uma bolsa ou pasta, fazer comentários sobre o consultório (agradáveis ou desagradáveis) ou sobre a nossa pessoa como profissionais, fazer alguma queixa (mesmo parecendo justificada pode estar encobrindo uma queixa de outra natureza), desencontro do casal ao chegar para a primeira entrevista, trocar o horário por engano, trazer uma lista escrita com dados excessivamente detalhados, olhar o teto o tempo todo, pedir um conselho rapidamente, etc.
Contratransferencialmente, devemos auscultar de maneira constante aquilo que sentimos e as associações que fazemos à medida que eles vão relatando a sua versão do que ocorre. Assim ficaremos com uma imagem desse filho, a imagem que eles nos transmitiram, cada um a sua, e a que fica conosco, que nem sempre é o reflexo fiel do que os pais têm tentado nos passar.
Disse acima que o primeiro requisito da entrevista projetiva é de que seja livre. Um segundo requisito é que em um outro momento, quando for mais oortuno segundo o julgamento do profissional que está fazendo o trabalho, seja bastante dirigida de forma a poder elaborar uma história clínica completa do paciente. Deve-se solicitar dados; deve-se colher informação exaustiva sobre a história do sintoma; também deve-se deixar estabelecido um contrato para esta etapa do trabalho diagnóstico. Por exemplo, quantas entrevistas serão feitas, quem deve participar, em que horário, que ordem será dada ao filho, quais serão os honorários, qual o objetivo de todo este estudo, em que vamos centrá-lo, qual é o motivo mais profundo, que destino terá a informação que obtivemos (se será transmitida a eles ou ao filho, ou além deles ao pediatra, à professora, a um juiz, etc).
É importante detectar na primeira entrevista, seja com os pais, com o iflho, com o adolescente ou com o adulto que chegam pela primeira vez, o nível de angústia, o nível de preocupação que provoca isso que está ocorrendo com eles. É necessário e saudável que se produza num momento determinado da entrevista, quando o paciente ou seus pais tenham um insight de que o que ocorre é triste, preocupa ou assusta, notar que surja neles algum indício de tais sentimentos, pois se não for assim pode predominar um clima de negação parcial da verdadeira importância do conflito, ou um clima maníaco de negação total e projeção, como quando tudo parece ser preocupação da professora ou do pediatra, mas não dos pais.
Em um processo diagnóstico é fundamental trabalhar com um nível de ansiedade instrumental, ou seja, saudável. Isto é importante porque o nível de ansiedade e o modo como reagem o paciente, os pais ou família para contê-la ou manejá-la é um dado diagnóstico e prognóstico muito significativo.
No momento mais oportuno, devemos adotar um papel mais ativo, tal como intervir, investigar e inclusive enfrentar os pais com suas próprias contradições, falta de recordações ou falta de sensibilidade para registrar a seriedade da sintomatologia e os riscos que o filho está correndo. Na entrevista com um adulto ocorreria o mesmo. Tecnicamente, isto pode ser feito simplesmente assinalando alguns pontos, sem fazer interpretações, o que não é recomendável em uma primeira entrevista. Mas o grau de permeabilidade é muito variável. Alguns pais (ou adolescentes ou adultos) vem com muito insight e possibilitam-nos trabalhar desde o primeiro contato, de uma muito ágil e terapêutica. Isso, no entanto, não é o usual, e às vezes ocorre totalmente o contrário.
Na entrevista inicial, trabalhando com um esquema referencial psicanalítico, aconselhamos usar o enquadre de uma entrevista aberta e projetiva, fundamentalmente no início; mas logo deve ser dirigida para colher todos os dados necessários ou enfrentar os pais, mostrando-lhes situações que observamos muito negadas, deslocadas ou dissociadas. Com crianças, o equivalente à entrevista projetiva inicial é a hora do jogo diagnóstico. Tanto com eles quanto com adolescentes e adultos, continuaremos logo com os testes, e na maioria dos casos teremos que fazer os respectivos inquéritos. Espera-se que o mesmo modelo se repita: no início colheremos a produção espontânea do paciente e logo faremos um inquérito para especificar detalhes das respostas (solucionar ambiguidades ou contradições, completar, esclarecer, etc) e isso exige de nós uma atitude abertamente dirigida.
A atitude do psicólogo deve ser ao mesmo tempo plástica, aberta, permeável e concretamente precisa e centralizada em um objetivo que não podemos ignorar ou perdeer de vista em momento algum.



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