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Portos De Passagem
(Joao Wanderlei Geraldi)

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PORTOS DE PASSAGEM

O lingüista João Wanderley Geraldi mostra que as experiências relativas à produção textual têm mostrado que as limitações na capacidade de se exprimir, em especial na linguagem escrita, é uma questão preocupante, que tem sido tema de discussões entre todos os estudiosos da língua que se empenham em aprimorar esta capacidade de expressão.
Levando-se em conta que o texto do aluno precisa ser valorizado de alguma forma, ao apontar os erros de redação, deve-se selecionar aqueles que realmente comprometem a textualidade, deixando-se os menos comprometedores para uma outra ocasião. Analisando-se gradativamente os erros, a probabilidade de tornar a cometê-los diminui, uma vez que este procedimento permite reflexão sobre as falhas.
O que se vê dentro de sala de aula é tentar-se anular diversidades lingüísticas que expressam diferenças e conflitos existentes entre grupos etários e étnicos e, sobremaneira, entre classes sociais.Podemos entender que a gramática tem sido o objeto do ensino de português no Brasil e não a língua como deveria ser. Em conseqüência, estão sendo transmitidos aos alunos do Ensino Fundamental e em especial do ensino Médio conceitos lingüísticos falhos.Refletindo sobre esse ensino posto em prática pelas escolas públicas e particulares, verifica-se uma prática lastimável que é encher a cabeça do estudante com algo inútil, confuso, incompleto - o conhecimento teórico não contribui significativamente para o domínio da língua.
Considerando a inutilidade desse conhecimento imposto pelo aluno como verdadeiro crime. Geraldi afirma que o ensino da língua foi desviado para o ensino da teoria gramatical, e enfatiza a dimensão do sistema lingüístico como forma de interação mediada pelo texto. Em outras palavras, a interação entre os falantes não se dá por fragmentos da língua, mas pelos textos lidos e ouvidos.
Por concordarmos que a prática da escrita em suas mais variadas formas de expressão (formal e informal) se revela como um experimento novo para os alunos - daí se justifica sua presença na escola, - a produção textual não deve ser concebida como uma prática que se encerra em si mesma. Na verdade, não é a escrita pela escrita que definirá a natureza de sua aprendizagem. Ao contrário, a prática da produção de texto precisa ser assumida como um processo intimamente relacionado, pelo menos no início dessa prática, a um conjunto de experiências de fala, vivenciadas pelos alunos em demandas plurais de interação. Assim, capitalizados essas experiências, o exercício efetivo da produção de texto firma-se como estratégias capazes de, em primeiro lugar, conscientizar o aluno das relações entre fala e escrita e, em segundo lugar, como conseqüência, fazer o aluno perceber objetivamente uma série de fatores implicados diretamente no exercício dessa modalidade de expressão.
Em vista das considerações feitas, conclui-se que a gramática não justifica seu papel de única fonte para o ensino da língua nas escolas, tanto do ponto de vista teórico quanto prático, bem como o título de código normativo da linguagem tomada no geral. Os gramáticos levam ao último estágio do desespero tanto o professor quanto o estudante no estudo gramatical em virtude das divergências existentes entre eles.
Assim, no momento em que o aluno entender que as regras da norma culta são variáveis e que o emprego de uma forma pode ser normal numa modalidade lingüística. Também é necessário que gramáticos e lingüistas formem uma verdadeira simbiose, para que haja espaço dentro de sala de aula para o ensino de ?gramáticas? e que a elite cultural se conscientize de que houve mudanças profundas na língua padrão e que no Brasil já não se fala o português de Portugal, e sim, o português brasileiro.



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