Resumo de Cidadãos Da Selva

CIDADÃOS DA SELVA

A visão pelo índio de como foi a chegada do homem branco nas terras hoje chamadas de Brasil, revelações feitas por Marcos Terena . Na mata, na selva, OS dias amanhecem sempre diferentes. O silêncio sempre quebrado delicadamente pelo som da natureza, mas nunca igual. O velho conselheiro indígena acorda, passeia pela sua aldeia, sobe alto para contemplar melhor sua gente e sente algo diferente no ar, algo está para acontecer, sente no coração e lágrimas descem pelo seu rosto ao mesmo tempo que chegam aos ouvidos o som das crianças brincando, dos jovens conversando, das mulheres cuidando dos filhos. Medita o conselheiro e vê o rastro de um pássaro desconhecido, cortando os céus . Pouco tempo depois ele parte desta vida para encontrar seus antepassados. Nesta época existiam aproximadamente de seis a nove milhões de indígenas e eram divididos em novecentas sociedades, cada uma com seus costumes, tradições e territórios. Viviam em paz, SE respeitavam. Quando nossos conquistadores chegaram não imaginavam que a terra tivesse dono, e um ponto diferente avistado da terra mobilizou todas as aldeias para defesa dos seus. Viram que não eram tribos inimigas e foram se arrumar para festa, era um povo amistoso. Murmúrios, risinhos, curiosidade geral, quem eram aquelas pessoas que pareciam doentes, eram brancos, cabelo esquisito, usando canoas nos pés, e falando algo estranho? O chefe da tribo se aproxima e faz o primeiro contato de paz. Era o encontro de mundos diferentes, era o começo da nossa existência, do chamado Brasil e também a extinção de uma grande raça. Pelo interesse nacional já existente troca-se a amizade e o respeito do homem índio, pelo desrespeito total a tudo que eles eram e representavam. Eles poderiam atrapalhar as necessidades dos brancos pois defendiam as matas, os animais, tudo da natureza sendo que era o que mais desejavam tirar destas terras. Como permitir que continuassem nús, pagãos,.....era preciso catequisá-los. O cidadão da selva foi cedendo, foi obrigado a aceitar, junto trouxeram o bicho que mata, as doenças, a dor. Agora eram apenas obstáculos para o branco. Começa o mais extenso dos problemas sociais, a guerra entre cidadãos das selvas diferentes. O indígena já não era mais dono de nada, não podia cuidar de seu chão, de sua família, caçar, pescar, sorrir, brincar ......... Quebra-se na cultura indígena até mesmo o direito de ter uma íntima relação com o Criador, deviam vestir, comer, pensar, agir, falar.........como brancos. Quinhentos anos depois, parecia que nossos indígenas estavam exterminados, mas ressurgem das cinzas.São bem menos, cerca de duzentos e quarenta mil, em cento e oitenta sociedades, algumas tribos tem aproximadamente quinze pessoas, todos encurralados , tratados como tutelados, muitos brasileiros não sabem direito sobre a existência deles. Para tentar sobreviver, aprendem os valores do homem branco. Tornam-se párias de uma grande sociedade capitalista. Caminham para o fim, mesmo sabendo que até aqui chegaram pela forças das matas, pela natureza. Todas as profecias dos conselheiros, as lágrimas sem explicação dos nossos velhos, estão agora entendidas. Muitas de nossas tribos tentam levantar, muitos brancos conscientes tentam ajudar, mas o povo tem necessidade de não nos reconhecer, para não ter que aceitar a verdade que tudo isso é nosso, os campos, as águas, os animais, ..... Para o homem branco a Terra é apenas comércio, entendemos a necessidade dos limites, demarcações, modo de vida , sentimentos, .......é outra cultura. Nós apenas tutelados e tidos como incapazes apenas respeitamos a Terra e tudo que nela existe, vocês que se dizem donos maltratam sua MÃE TER. Hoje no Brasil os poucos índios que existem são relegados à sua existência, segregados em reservas , esquecidos como gente.

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