Ensaio "Olhar Ingênuo" - Visita ao acervo da Biblioteca da APM
(Mari Martins)
Visita “Olhar Ingênuo” – Biblioteca da Associação Paulista de Medicina
Visita onde a proposta do trabalho é ser um mero observador. O relato "Olhar Ingênuo" nada mais é do que você se transformar num usuário de uma biblioteca e observar, sem interagir, apenas observar o maior número de informações possíveis, um exercício valioso, que às vezes pode nos parecer tarefa difícil. É isso que relato abaixo, minha viagem pela Biblioteca e Museu da Medicina na APM, segue a narrativa.O que eu poderia olhar com um “olhar ingênuo”? Como usar este “olhar” aos 39 anos e vivendo numa metrópole como São Paulo? Bem, chegando à biblioteca da APM, logo descubro que, além do acervo de livros, há também o Museu da Medicina e a Pinacoteca. Fico encantada com as possibilidades!O piso da biblioteca é de madeira/taco, com alguns riscos antigos e o cheiro da cera passa a impressão de limpeza recente. O atendimento é excelente, objetivo e com extrema educação. Imensas janelas dão de frente à Av. Brigadeiro Luiz Antonio e permitem a entrada de uma brisa gostosa, pois está muito calor hoje. Dá para avistar a Praça da Sé, centro de São Paulo.Há três mesas redondas com três cadeiras cada e uma mesa enorme, antiga, de madeira maciça, com cadeiras revestidas em couro, bem antigas, pois a APM foi fundada em 1930. Há vários quadros contando a história da medicina. Eles preenchem toda uma parede e, no acervo, em estantes enormes, há livros de várias especialidades da medicina: Literatura nacional; Estrangeira; Livros de arte, de música. E há vários títulos em DVD.Ouço um barulho que vem do andar de cima. Logo descubro que é na Pinacoteca. Percebo várias marteladas e ao perguntar, sou informada de que reabrirá somente em julho por causa da reforma. Voltarei para conhecer o acervo, pois fiquei sabendo que há quadros de Anita Malfatti, Portinari, Tarsila do Amaral e muitos outros. Na biblioteca, há também alguns quadros, esculturas e lindas luminárias antigas. Atravesso o corredor e entro no Museu da Medicina. Encontro um senhor de 92 anos de idade, trabalhando, na ativa, sentado à uma mesa enorme de madeira maciça, rodeado de livros. Começo uma viagem e fico admirada com o acervo, logo, venho a descobrir que aquele senhor simpático e que perguntou como cheguei ao museu, é nada mais que o Prof. Dr. Jorge Michalany, que também é curador do museu e formou-se em medicina no aproximadamente na década de 40 e já foi homenageado inúmeras vezes pela sua contribuição à medicina brasileira. Seu pai também foi médico e doou um acervo maravilhoso de livros ao museu, inclusive, “A Divina Comédia”, de Dante, edição de 1940, se não me engano. Bem, essa foi a visita de “Olhar Ingênuo”, realizada por mim, para o curso de Biblioteconomia. Creio que aprendi muita coisa, inclusive um pouco mais sobre o exercício da observação. Conversei com pessoas muito interessantes e espero ter passado na íntegra para todos vocês o objetivo do trabalho. Façam esse exercício, é muito interessante.
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