Resumo de IV DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE DEPARTAMENTO DE ATEROSCLEROS - Andrei C. Sposito; Bruno Caramelli; Francisco A. H. Fonseca; Marcelo C. Bertolini

ERF – AVALIAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR. A aterosclerose é um processo inflamatório que atinge a camada íntima das artérias e é produto de um complexo processo em que estão envolvidos fatores orgânicos (exemplo: o tipo de gordura – chamadas lipoproteínas – predominante na corrente circulatória) ou fatores externos (por exemplo: o tabagismo, hipertensão arterial, obesidade etc.). O papel de alguns desses fatores no desenvolvimento da doença aterosclerótica é bem conhecido e, mais importante, a certeza de que a detecção precoce de alterações orgânicas e mudanças no estilo de vida (MVE) são etapas fundamentais no processo de redução do risco de complicações cardiovasculares. O risco de um evento cardiovascular (infarto do miocárdio ou mesmo morte súbita) em um determinado período de tempo (10 anos) pode ser determinado, com alguma precisão, através de algoritmos baseados em estudos populacionais a médio e longo prazo. O mais conhecido e indicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia é o Escore de Risco de Framingham (ERF) – Framingham, cidade do estado de Massachusetts (EUA), sede desde 1948 de estudos referentes aos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares e outras. O ERF não tem a precisão de um algoritmo que trabalhe com variáveis exatas, mesmo porque exige algumas correções em função da população estudada, porém constitui uma excelente ferramenta na definição de condutas médicas (curativas ou preventivas) para o indivíduo ou população trabalhada. Exemplo de uso do ERF: Indivíduo do sexo masculino, 48 anos, Colesterol total 120 mg/dL (normal), Não fumante, HDL – colesterol 45 mg/dL (normal), Pressão arterial sistólica – sem uso de medicação 120 mm Hg (normal), tem um risco absoluto de infarto ou morte em 10 anos de 1%. Se o mesmo indivíduo fosse portador de uma taxa de Colesterol total de 241 mg/dL (alto) seu risco seria de 6%. No exemplo citado anteriormente escolhemos um indivíduo sem outros agravos médicos conhecidos e alguns desses agravos são capazes de modificarem o nível de risco de forma muito significativa (doença arterial: coronária, cerebrovascular, da aorta abdominal etc. e diabete melito). De forma menos significativa, porém importantes podemos citar, entre outros: história familiar de coronariopatia prematura em parente de primeiro grau e presença de síndrome metabólica. Caso o indivíduo do nosso exemplo fosse portador de Diabete a orientação médica será a mesma indicada para um paciente com risco maior que 20%. Entre as medidas mais importantes na prevenção da aterosclerose estão: as modificações nos hábitos alimentares, a determinação da prática de atividades física e quando necessário o uso da medicação prescrita.

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