Amantes semi-vivos
(DeborahAAraújo)
Numa tarde de outono, um jovem resolveu visitar sua namorada. Ao chegar a casa dela, descobre que a porta estava aberta. Mesmo assim ele temeu que ela estivesse com outro, mediante as discussões que eles tiveram na pizzaria, por causa de uma crise de ciúmes dele. Mesmo não querendo arriscar, um sentimento enorme de curiosidade o dominava de tal modo, que ele resolve espiar por entre a porta aberta, a sala de sua namorada que estava vazia. Devagar ele empurra a porta e entra. Na sala, a luz do abajur estava acesa, a lareira ainda queimava as lenhas que ele mesmo cortara na semana passada.
Aproximou -se da cozinha onde também não havia ninguém. Apenas um copo vazio em cima da mesa, com uma garrafa de vinho ao lado.
Ainda temendo que sua amada estivesse com outro, aproximou-se do corredor que era comprido, e no ar havia um aroma diferente, passo por passo bem leve para não ser ouvido leva-o a porta do quarto de sua namorada...
A partir daí ele levou sua mão lentamente para abrir a porta, mas, porém, não conseguia sentir a maçaneta em sua palma. Que estranho era tudo aquilo na cabeça dele, e de fora do quarto ele escutava soluços, seria sua namorada que estaria chorando?
Levou sua mão novamente à maçaneta, não obtendo sucesso chamou pelo nome de sua namorada, chamou novamente e ela não escutou. Resolveu então bater a porta, mas quando levantou seu braço para fazer o mesmo acabou caindo dentro do quarto de sua amada, que não estava com outro, pelo contrário estava chorando; olhando a foto dele e não acreditando que aquilo estava acontecendo com ela. Ele então meio confuso olhou-se para si, não era mais de carne e osso, não podia tocá-la e suas palavras não eram ouvidas.
Nesse segundo uma luz acendeu em sua face e uma voz lhe dizia, venha para a vida eterna ou fique para sempre. E ele a olhou pela última vez, certo de que ela sempre estará em seu coração...
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