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Border Country
(Raymond Williams)

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Border Country, publicado em 1960, foi republicado em 2005. A importância de sua publicação é que, na década de 1960, para a geração nascida no pós-guerra e que cresceu em Gales, havia pouquíssima literatura de escritores galeses em língua inglesa. Tendo em vista que o galês é uma língua pouco falada na Europa e, muito menos no mundo, a literatura galesa, apesar de ser uma das mais antigas da Europa, sempre teve uma divulgação apenas local. Além disso, o processo de anglicização pelo qual passou o País de Gales fez com que, pelo sistema educacional, crianças e adolescentes só tivessem contato com livros em língua inglesa e, em conseqüência, conhecessem apenas escritores do cânone literário inglês. Dai Smith, estudioso da obra de Williams, afirma que a geração nascida após a II guerra praticamente não tinha acesso a livros de autores galeses em inglês. Nas bibliotecas das escolas e nas livrarias era difícil encontrá-los e a própria indústria livreira investia pouco neles. A partir das décadas de 1960 e 1970 se iniciou um esforço mais sistemático para divulgar autores galeses em língua inglesa. Neste sentido, o fato de um pensador conhecido internacionalmente como Williams ter escrito sobre Gales em língua inglesa colaborou imensamente para a valorização e reconhecimento dos escritores galeses em nível internacional. A história de Border Country se passa no sul do País de Gales, próximo à fronteira com a Inglaterra. O protagonista do romance é Matthew Price, um professor universitário de história econômica, que retorna de Londres para visitar seu pai, cardíaco, que vive na pequena vila de Glynmawr, nas Montanhas Negras. A vila fica numa região próxima - e culturalmente conectada - dos vales das minas e seu pai trabalhou a vida toda como sinaleiro da estrada de ferro. O romance é recheado de flashbacks das décadas de 1920 e 1930 com destaque para a Greve Geral de 1926. O impacto da greve, iniciada pelos mineiros, sobre um pequeno grupo de trabalhadores ferroviários que vivem em uma comunidade ocupada predominantemente por agricultores, bem como a trajetória de Matthew, que deixa sua vila natal e vai para Cambridge, são trechos claramente autobiográficos. Além do tema do retorno à terra natal, a história também apresenta outros temas, como a questão de classe, representada nos confrontos entre empresários e as comunidades locais fortemente socialistas, as relações entre pais e filhos, os sentimentos de comunidade e suas transformações, e um problema marcante na região: a questão das migrações. O primeiro plano narrativo conta a história de Harry Price e sua esposa Ellen vivendo em sua propriedade rural nas Montanhas Negras. O leitor acompanha a vida dos personagens, nas décadas de 1920 e 1930, coletando o mel das abelhas, plantando tomates, subindo as montanhas, num cotidiano simples e agradável de um povoado nas Montanhas. Repentinamente, o primeiro plano narrativo é substituído por um flashback histórico que remete o leitor à Greve Geral de 1926. O romance explora o tema da adesão de um grupo de ferroviários à causa dos mineiros e a greve (e seus movimentos) não é descrita como um momento apoteótico da luta de classes, mas, pelo contrário, é vista como uma escolha humana, uma questão de decisão humana individual e coletiva. Por fim, o terceiro plano narrativo narra a história de Matthew Price, o filho de Harry Price e sua esposa Ellen. A história de um menino que consegue uma bolsa de estudos e deixa sua vila natal, ocupada principalmente por trabalhadores, é também a história de uma geração de trabalhadores britânicos da década de 1930, pois no âmbito literário britânico, principalmente até a primeira metade do século XX, poucas foram as oportunidades da classe trabalhadora de ter sua identidade e sua experiência de vida registradas na literatura. Border Country, de certa maneira, veio preencher esta lacuna. Ao mesmo tempo em que o romance traz temas comuns ao operariado britânico, seus personagens falam com sotaques e termos imediatamente reconhecíveis pelos que vivem na região de origem do autor, como se fosse um “álbum de família”. Mas o olhar sobre o passado, sobre este “álbum de família coletivo” não é romântico, idealista ou nostálgico, mas, pelo contrário, é extremamente conflituoso. Neste olhar, estão presentes as indagações de Williams a respeito da tradição, da comunidade e das transformações ocorridas nesta última com o avanço da sociedade de comunicação em massa.



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