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Governo Lula - Prós e Contras
(Nei Silva.)

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Para o presidente da República, o problema do Brasil continua sendo a fome. Frei Beto, um dos mentores do Fome Zero e do próprio Lula, reiterou as críticas do presidente à pesquisa do IBGE. Segundo ele, “a fome no Brasil é gorda, ao contrário da fome na África, que é esquálida”. Frei Beto observou que “quem anda pelo interior vê muita criança barriguda de verme porque tem fome”. Segundo ele, “há muita fome no país” e “o Fome Zero merece ser a prioridade do governo”. O que o presidente Lula confirmou, afirmando que o combate à fome terá prioridade em 2005 e que o Programa Fome Zero somente será desativado no dia em que “todas as crianças estiverem tomando café da manhã, almoçando e jantando”. Entretanto, dois dias depois das críticas de Lula e Frei Beto à pesquisa do IBGE, outros setores do próprio governo reconheceram que a pesquisa está correta e que não há fome africana no Brasil na quantidade em que os petistas acreditavam quando na oposição.Qualquer governante adoraria contabilizar menos famintos em sua gestão, aliviando a carga que a miséria atira sobre os ombros de qualquer governo. Se o presidente Lula segue exatamente o caminho oposto, fazendo questão de ter mais famintos sob sua responsabilidade, é porque o seu governo tem uma característica que o difere de todos os governos anteriores — ele não veio para administrar o Brasil, mas para salvar os brasileiros. A mística social é um dogma petista, herdado das pastorais da Igreja Católica, com as bênçãos da Teologia da Libertação dos freis Betto & Boff. E a fome é a verdadeira expressão dessa mística, que o presidente Lula — antigo retirante nordestino — encarna com perfeição. Mesmo não tendo uma clara consciência disso, Lula intui que essa mística da fome é um manto que o protege.A imprensa critica o Fome Zero e estranha as críticas do presidente à pesquisa do IBGE, mas praticamente toda ela lembra que as críticas de Lula se devem ao fato de que ele — do fundo do seu coração — não admite que ninguém passe fome no país. Lula sabe verdadeiramente o que é a fome, porque ele e sua família passaram fome — ressalva a imprensa, implícita ou explicitamente. O presidente Fernando Henrique Cardoso sustentava seu governo num fato concreto — a estabilização da economia, com a criação de uma moeda forte e o fim da inflação. Esse capital deu a Fernando Henrique o fôlego necessário para reeleger-se. Por mais que a imprensa fosse extremamente ácida com seu governo, ela não tinha como negar esse fato. No caso de Lula, o único fato concreto de seu governo não é criação sua, mas herança do governo passado, que tanto criticava.Na área social, se o Fome Zero se revela muito megalômano e incapaz, isto é, superestima uma fome de ficção e não consegue resolver a que existe, o que resta? Restam programas sociais como bolsa-alimentação e bolsa-escola. O primeiro programa consiste em cuidados com a saúde da gestante, oferecendo um complemento de renda para mães que estão amamentando seus filhos menores de 6 meses e crianças de 6 meses a 6 anos e 11 meses de idade, em risco nutricional, pertencentes a famílias sem renda ou cuja renda vá até 90 reais per capita. As bolsas variam de 15 a 45 reais. Estão previstos para esse programa 572 milhões de reais por anos, com a meta de beneficiar 400 mil nutrizes, 400 mil gestantes e 2,7 milhões de crianças. Já a bolsa-escola do governo federal destina uma ajuda mensal de 15 reais para as crianças de 6 a 15 anos que estão na escola, num máximo de três crianças por família. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, que administra o programa, neste ano a bolsa-escola deve beneficiar 10,7 milhões de crianças ou cerca de 5,9 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros. O problema é que nenhum desses programas foi criado pelo governo Lula. A bolsa-alimentação e a bolsa-escola foram criadas em 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, assim como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), implantando em 1995. Sem falar, é claro, do Fundef, o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental, criado na gestão de Paulo Renato de Souza, no Ministério da Educação. Na época, o ministro enfrentou uma cerrada bateria de críticas das universidades federais e católicas do país — verdadeiras fundações do PT — que o acusavam de destruir o ensino superior, priorizando apenas o ensino fundamental. Esses e outros programas criados durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso possibilitaram ao Brasil um certo grau de civilização em sua administração pública. Por intermédio deles, houve uma razoável redução no histórico clientelismo dos programas sociais, que se tornaram mais institucionalizados. É provável que esforço semelhante de institucionalização das ações de governo só ocorreram durante o regime militar — outro período da história do país em que se erigiram alguns marcos republicanos de administração pública, por mais que a imprensa só se lembre desse período para falar de ossadas de guerrilheiros, reivindicando pensões milionárias até para oportunistas travestidos de revolucionários.Ainda que houvesse alguma ação relevante do governo Lula na esfera social, ela teria ficado muito aquém daquilo que o PT prometeu ao longo de sua história. Na prática, a bandeira do partido era a mesma do Fórum Social Mundial — “um outro mundo é possível”.



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