O luto
(Rodriguez)
O luto resulta da perda definitiva de um objecto (representação mental do outro). É uma situação normal e reactiva face a uma situação de perda real do objecto amado. Quando ocorre a perda deste, o sujeito vai necessitar de fazer um readaptação das suas forças psíquicas, a líbido investida no objecto perdido tem de regressar ao Eu em luto e vai torná-lo triste e melancólico. Há alterações afectivas, já que não se pode reparar o objecto porque ele é irrecuperável e desapareceu de vez. O sujeito vai sentir falta de energia e desvalorização pessoal, o que pode conduzir a um isolamento social.
No luto perde-se um objecto que nunca mais vai voltar e há um período de desinvestimento de todo o mundo exterior para tentar organizar o significado e o valor dessa perda. O luto não deve ser compreendido como se de uma depressão se tratasse, embora esta faça parte do luto. A depressibilidade, que é a capacidade de se poder deprimir, pode aparecer durante um trabalho de luto, sendo um sinal de boa saúde mental. Fazer o trabalho de luto é conquistar um novo objecto, que é a única saída para a perda recente. Enquanto reacção normal à perda de um objecto importante, o luto não se acompanha de regressão, sendo uma fase transitória e necessária de readaptação do investimento em novos objectos.
Existe também um luto patológico, onde, tal como no luto infantil, há uma fase inicial de negação: o sujeito nega a perda do objecto amado. A vivência do abandono afectivo real é negado, após o qual o objecto é idealizado. Este acontecimento vai bloquear o trabalho de luto, já que induz a um culto mágico da imortalidade do objecto perdido e a uma fixação no objecto idealizado visto como objecto ideal e insubstituível.
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