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O crime do padre Amaro
(Eça de Queiroz)

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O crime do Padre Amaro[BR] Vou lhes contar minha história,[BR]Espero que possam entender[BR]Pois sou feito da mesma carne[BR]Que faz você se mover[BR]Tenho sim as minhas fraquezas [BR]Que muito me causam tristeza[BR]Mas, sou homem para reconhecer.[BR] A dor de uma perda gigante[BR]Até hoje carrego na mente[BR]Só durmo metade das noites [BR]Por estar marcado até no inconsciente[BR]O peso de ser causador [BR]De uma terrivel dor[BR]A antecipada morte de um inocente[BR] Ah! Minha vida, minha vida![BR]Tão triste e sem grandes feitos[BR]Fui fransino amarelo e sem graça[BR]Parecia estar com defeito[BR]Cresci como órfão agregado[BR]E recebi lá os cuidados[BR]De uma família que tem meu respeito[BR] Quando ainda era muito jovem[BR]Decidiram o meu destino[BR]Entregaram-me para a santidade[BR]da igreja assim, desde menino.[BR]Fui coroínha e seminarista[BR]Fiz da religião minha vida[BR]E tornei-me padre engajado e sozinho.[BR] Sentia que precisava[BR]Da proteção do celibato[BR]Para levar minha vida digna[BR]Com segurança e estabilizado[BR]Pois não havia outra saída[BR]Já que o trabalho braçal me agonizava[BR]E me deixava estraçalhado.[BR] Assim, fui morar em Leiria[BR]Depois de ser ordenado[BR]Morei em casa de D. Joaneira[BR]Como pensionista hospedado[BR]Foi onde vi pela primeira vez,[BR]Um anjo na terra encarnado.[BR] O Anjo que vi era lindo[BR]De corpo e gestos suaves[BR]Andava como  uma pluma[BR]Soltava flores pelos lábios[BR]Filha bondosa e obediente[BR]Tinha um lindo olhar inocente[BR]E de Amélia era chamada[BR] Ah! Quão doce eras Ameliazinha[BR]Que em sonhos me fazia vibrar[BR]Acendia em meu espírito as chamas[BR]E teu nome me punha a chamar[BR]Quando a noite apagava o dia[BR]Deitava e o sono não vinha[BR]Quando dormia me punha a sonhar[BR] Curvei-me aos encantos doces [BR]Da moça que me acolheu[BR]Deitava com sua imagem[BR]Acordava com os agrados seus[BR]Ao dar-me o alimento[BR]Alimentava o meu tormento[BR]De ceder ao desejo meu[BR] Embaixo das vestes sagradas[BR]Que um dia na ordem vesti[BR]Pulsava o calor dos mártires [BR]Que boa batalha quer cumprir[BR]Fervia-me as veias em chamas[BR]Como ferve o coração de quem ama[BR]Querendo o desejo suprir[BR] Lutei contra a carne infame[BR]Briguei por ser Santo e capaz[BR]Flagelei-me nas noites escuras[BR]Busquei no santuário a paz[BR]Mas os lábios a pele o perfume[BR]A graça a doçura, o lume[BR]As minha barreiras desfaz[BR] Descartei do convívio o homem[BR]Que por ordem era um rival[BR]Usando de maneiras falsas[BR]Descartei-o do meio como mal[BR]Pois, homem que futrica entre beatas[BR]Atrai para si a desgraça[BR]E sai enxotado como animal[BR] Então busquei esse corpo sem medo[BR]E me entreguei ao pecado vil[BR]Rebusquei-me em cenários oriundos[BR]Com um sineiro pacato e senil[BR]E foi a rebenta doente e aleijada[BR]Que rebelde se revoltava[BR]Pois, nosso amor um dia ela viu[BR] Depois que a menina nos viu[BR]Vi meu segredo desabar[BR]Por sorte só fui delatado[BR]Para o Cônago um "meu xará"[BR]Que por ter também "rabo preso"[BR]Resolveu em meu segredo[BR]Gentilmente me ajudar[BR] Fui às últimas consequências [BR]Naquele delicioso amor[BR]Arrisquei-me a cada minuto[BR]Para sentir o seu calor[BR]Comia, andava e bebia[BR]Acordava, chorava e ria[BR]Em função de Amélia meu amor[BR] Mas, como todo pecado na vida[BR]Há um retorno malvado[BR]O meu não foi diferente[BR]Recebi a ntícia arrasado[BR]Que teria eu um filho[BR]Que triste foi concebido[BR]Por uma mãe e um pai em pecado[BR] Minha Amélia da pele doce[BR]De curvas do meu paladar[BR]Arranquei-a do caule verde[BR]Dei-lhe um filho sem hesitar[BR]Tomei-a por minha posse [BR]Como se fosse minha consorte[BR]Mas deixei-a adormecer sem sonhar[BR] E a menina em amor juvenil[BR]Sofrendo com as fraquezas da carne[BR]Foi herege nos laços da cama[BR]Em devaneios que em seu corpo arde[BR]Entregou-se a mim com fervor[BR]Quis apenas ser feliz no amor[BR]E o meu amor, lhe foi cruel e covarde[BR] Passado o susto da descoberta[BR]Escondi Amélia dos demais[BR]Lev



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