Inquisição e mártires
(Marco Cruz)
INQUISIÇÃO E MÁRTIRES No período da Inquisição, foi a hierarquia eclesiástica católica que assumiu o papel dos perseguidores algozes: O castigo ritualizado provocava gosto e desgosto. O gosto aliviante de ver-se do lado de fora da cena-drama e da mira dos repugnantes carrascos. O desgosto medrado e nauseabundo de terem que assistir ao vexatório expurgo em praça pública das infelizes vítimas da Santa Inquisição açougueira. As acusações mais freqüentes eram de heresia, sodomia e bruxaria. A fragilidade humana, a barbárie desumana e a fé inabalável suprahumanacontracenavam um espetáculo tétrico e metafísico. A divisão da morte em “mil pequenas mortes” tornara-se uma técnica especializada pelos malvados verdugos que, estendendo suas ventosas sobre a pele cinza-amarelada de fuligem da vítima expunham-nas às últimas execrações lentamente, friamente. E a multidão, após marcar a fronte com o sinal da cruz, acuada, histericamente ovacionava e esbravejava e se esganava. Após sofrerem nas masmorras-monastérios , torturas, flagelações e mutilações [muitas vezes o primeiro castigo era cortar a língua fora], os supliciados, segundo relatosde época [como dos mártires anabatistas], na hora final da execução, dividiam-se entre os verdadeiros crentes que: “tinham o olhar para o alto, a fronte serena eum semblante de paz” [o mirar e ad-mirar, conhecido como“O espelho dos mártires”] , e os de pouca ou nenhuma fé: “que possuíam “olhar de lunáticos. Algumas pessoas morreram , milhares testemunharam. [A população de uma cidade passou de 20 mil para 40 mil habitantes por conta das execuções ]. Tupi.
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