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ADOLESCENTES: Quem ama educa
(Içami Tiba; Editora Integrare; 2005)

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Sabe-se que a adolescência sempre foi motivo de inúmeras pesquisas e publicações, visto tratar-se de uma fase difícil de ser vivida pelos jovens e por aqueles com os quais convivem. Tem sido identificada como uma grande crise de identidade, já que o jovem passa a viver o conflito existencial devido ao confronto com o qual se depara, oscilando entre os valores que lhe foram repassados pela família e os novos e diferentes princípios apresentados pelos demais membros de sua convivência, dentro de determinado grupo social. Constata-se, porém, no mundo pós-moderno, que tal crise tem sido agravada profundamente, desnorteando pais e professores, fazendo com que busquem, desesperadamente, amparo e ajuda externa, na tentativa de amenizar tantos conflitos relacionais e agressividades deles decorrentes. Preocupado com a formação dos adolescentes atuais, que vivenciam e assimilam intensamente os avanços tecnológicos e com as conexões que estabelecem com o mundo virtual, desencadeando uma expressiva evolução biopsiquicossocial, a qual tem se manifestado através de inusitados desvios comportamentais e reações atípicas de comportamento, o autor apresenta sua contribuição para os pais e profissionais da educação, baseada em sua vasta experiência nesta área. Inicia afirmando que os jovens vêm apresentando uma nova forma de autonomia comportamental, baseada apenas no prazer, delegando aos pais as responsabilidades pelos atos por eles praticados. Reporta-se à questão da nova constituição familiar, às separações e novos casamentos, em que homens e mulheres vivenciam diferentes parcerias, novas e diferentes formas de convivência relacional, o que desestrutura a vida afetiva dos filhos, afetando o desenvolvimento psíquico, emocional e seus próprios projetos de vida. Ressalta também a necessidade das mães trabalharem fora de casa para contribuírem com o orçamento familiar, fato este que “encurtou” os contatos e os diálogos que sempre existiram entre pais e filhos, sempre justificados pela “falta de tempo” e pelo cansaço provocado pelo trabalho e sobrecarga da vida moderna, o que tem afrouxado os vínculos familiares. Denuncia que os pais, em sua grande maioria, sabem que estudar é importante para seus filhos, para que possam vir a colher no futuro seu sucesso profissional, entretanto, ironicamente, não têm sabido como acompanhar a vida escolar de seus filhos e, assim, não têm conhecimento de suas competências e nem de seus comprometimentos, compensando tal ausência de participação efetiva através de “mesadas”, já que o dinheiro hoje é o grande motor que agita o mundo, mas, não oferecem orientação alguma de como administrar tal rendimento, ficando os filhos também órfãos de orientação financeira. A toda essa calamitosa conjuntura, vendo sendo acrescido um sentimento de impotência por parte dos pais frente a uma nova realidade que, atualmente, vem se tornando corriqueira. Trata-se da “pós-adolescência”, que o autor denomina de “geração carona”, formada por jovens adultos, diplomados, prontos para ingressar no mercado de trabalho, mas que não conseguem uma vaga nesse mercado ou, quando conseguem, não são remunerados adequadamente, continuando, pois, morando e sendo dependentes de seus pais, fato este que mais tem alterado as relações pais/filhos. Pais inconformados, que se esforçaram para que seus filhos adquirissem uma capacitação profissional, sentem que tanto sacrifício foi em vão, já que continuam sendo obrigados a garantir a manutenção de toda a família. Assim, há o predomínio do que Tiba denomina de “engolir sapos”, afirmando que, em momento algum, pais ou filhos devem engoli-los, pois, é um dos principais fatores geradores de violência doméstica que repercute nos relacionamentos com outras pessoas, além de iniciar o jovem em diferentes tipos de vícios. Ressalta que, todos esses transtornos familiares são originários da apregoada “apologia do prazer”; são pais e mães sacrificando-se descabidamente para oferecer “prazer” aos filhos, para que possam ter tudo que o consumismo apregoa, satisfazendo caprichos desnecessários e trazendo uma falsa noção de qualidade de vida, em que valores morais, éticos, voltados para a compreensão e respeito à necessidade dos demais não são desenvolvidos. Não pode haver relacionamento estável, entrosado, onde não existe equilíbrio, compartilhamento, satisfação mútua, respeito à diversidade das individualidades, etc., em que cada pessoa seja capaz de evoluir sua autonomia, contribuindo para a melhoria de suas participações nos diferentes tipos de relacionamentos e negociação quando certos tipos de conflitos relacionais ocorrerem. O sucesso de qualquer tipo de relação depende de trocas afetivas saudáveis, intercâmbio de idéias, prevalecendo o “ganha-ganha” e não o sentido mercantilizado de “débito-crédito”, “vantagens-desvantagens”. Essa “apologia do prazer” repercute também na visão e atuação do adolescente na escola. Começa pela falta de respeito ao conhecimento de um ou mais professores, fato este que vem se agravando cada vez mais, chegando ao absurdo de alguns adolescentes se sentirem e se colocarem como superiores aos professores. Trata-se de uma total falta de respeito que começa com relação aos pais, devido à ausência de limites que não foram estabelecidos. Mais grave ainda é quando pais se omitem da responsabilidade das transgressões cometidas por seus filhos ou se aliam a eles contra a escola, responsabilizando-a pelos atos cometidos pelos adolescentes. Há de se convir que, um filho que transgride ou despreza qualquer tipo de regra em sua própria casa, nunca será capaz de obedecer às leis regimentares escolares. Conclui-se, pois que, para que venha a ocorrer uma interação verdadeira entre diferentes sujeitos, seja no âmbito familiar ou escolar, a auto-estima de todos não pode ser maltratada ou ofendida. Por isso, é importante que o adolescente saiba e sinta, na própria pele, que não pode e nem deve fazer com os outros, o que não gostaria que fizessem com ele.



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