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A Cuba que eu vi (4)
(Maria Truccolo)

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Os dentes dos cubanos para o governo só aparecem em sorrisos à Revolução que, aliás, é lembrada como se tivesse ocorrido ontem, em outdoors espalhados por toda a ilha. É do marketing dessa memória que se vive em Cuba. Um outro mundo aparentemente impossível ao se perceber a saudável ausência da poluição visual comum em países capitalistas - não há neons e luminosos de BankBoston, McDonalds e outros quetais. O canal três da tevê em Havana exibe sistematicamente noticiários sobre os feitos do governo e os discursos diários (para as câmaras) de Fidel Castro. Não há crítica, tudo é bom e positivo, conquistas do governo. Sem dúvida, o governo se desdobra nos cuidados que a moeda e o embargo americano permitem (ninguém fala no "embargo compulsório" do Leste Europeu, pós-queda do muro). Porém, se a comparação for válida, Cuba ostenta um índice fundamental, a educação formal geral, que o Brasil não tem. Isso, embora os cubanos não possam usá-la (a educação), para uma nova revolução. Uma livraria em Santiago de Cuba, cidade cercada pela Sierra Maestra e berço da Revolução, expõe em livros que a educação infantil ensina desde cedo a importância do movimento. Desenhos mostram Che Guevara e Fidel em luta e os dogmas da Revolução. Camilo Cienfuegos, o revolucionário que formava a trindade com os dois famosos, porém, é pouco mencionado. Sumiu em setembro de 1959, e há várias versões sobre o acontecido. A oficial dá conta de que Camilo teria sofrido um acidente em seu pequeno avião, na ilha. A versão é desprezada pelos cubanos, porque até hoje nenhum destroço da aeronave ou fragmento do corpo foi encontrado. Outra aventa que ao ver o rumo que tomava o governo revolucionário, desde janeiro de 1959, Camilo teria fugido para os Estados Unidos. E a que corre a boca-pequena (do contrário, dá cadeia), é de que o próprio governo de Fidel teria mandado matar Camilo, por ser ele o mais carismático dos três (Castro/Guevara/Cienfuegos), representar a voz do povo na Revolução e, ao mesmo tempo, criticar a cúpula pelos rumos que o movimento vinha tomando. Che permaneceu poucos anos em Cuba, como ministro do Interior, e saiu do país para auxiliar a guerrilha na América do Sul, morrendo em emboscada na Bolívia, em 1967. Che esperava que Fidel enviasse tropas de cubanos em apoio à guerrilha na Bolívia, o que nunca aconteceu. Um amigo brasileiro, que pesquisou mais a fundo histórias da faceta traiçoeira de Fidel, conta o seguinte: "Nas andanças pela internet encontrei um comandante guerrilheiro que foi apagado pela história oficial da Revolução: Hubert Matos. Este personagem era o terceiro na escala de comando, atrás de Fidel e Raul, e segundo o próprio Fidel, na época, era mais importante que Che e Cienfuegos. Hubert Matos foi o responsável pelo envio de armas no início da Guerrilha, sem as quais o movimento teria sucumbido no seu nascedouro. Menos de um ano após a vitória da Revolução, Hubert Matos comandou um levante de sua guarnição militar em Camaguey. Fidel enviou Camilo para negociar a rendição. Nada do que foi negociado entre os dois foi cumprido por Fidel. Hubert foi julgado e condenado a 20 anos de prisão, cumpridos integralmente. Hoje, vive em Miami, cercado de guarda-costas, com medo de Fidel. No retorno de Camaguey para Havana, o avião de Camilo "convenientemente" sumiu." Continua em "A Cuba que eu vi (5)".



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