Saúde E Sorte
(Fábio Nascimento)
Um dia serei compreendido
por este amargo mundo
Prestes a explodir
Em um terror atômico de egoísmo
Muitos senhores das palavras pensaram
E expandiram-se na dor e no amor humano
Agora revolucionário é sentar em qualquer canto
Agarrar-se aos escritos de um autor vadio e audaz
Saltando de um humanismo vagabundo e tonto para escrevinhar Tristezas
Nelas está a mais tórrida e temida dor humana
Em todo caso, Tristezas sempre superam a dor da desilusão
Transformam os arranhões, tapas e mágoas pessoais
Em grandes piadas de mau gosto.
Esta dor, meus caros, é a Doença que não dá em pau
As enfermidades humanas que nos atingem e nos dizimam
Sejamos pobres, ricos, bons, ruins, feios, bonitos,
certos e errados
Todos no mesmo buraco e na mesma busca: a cura
A saúde é o bem mais valioso
Sem ela nada temos e somos
E fazemos chorar de piedade todos que nos cercam
Sem ela não podemos lutar contra nossos obstáculos
Invariavelmente somos alheios a esse fato
Negamos ao nosso semelhante afeto
E perdemos o verdadeiro espírito de competir sem ferir
Vagamos por aqui fisicamente até cairmos do cavalo
Almas amigas que me cercam
E as que também me odeiam
Em meio ao triste fim de mais uma poesia
Rendo-me e paro tudo, só por alguns segundos
Para desejar-lhes sorte e saúde
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