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Quem será beneficiado pelos créditos de carbono?


            Para nos situarmos com relação à questão, é necessário salientar que historicamente a humanidade de um modo geral, sempre foi negligente quando o assunto é preservação ambiental, sempre se teve à falsa impressão de que os recursos naturais de nosso planeta eram inesgotáveis, e de que o mesmo encontraria sempre uma maneira de se refazer das agressões a que foi submetida ao longo dos séculos. A partir da década de 80, quando estudos científicos passaram a alertar que a temperatura média do planeta estaria aumentando, organizações como a ONU e a organização metereológica mundial criaram o IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, sigla em inglês). Essa iniciativa fez com que houvesse uma maior conscientização por parte dos países em relação ao problema, culminando na Convensão- Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática. Seus países signatários, num total de 175, passaram a se reunir periodicamente para tratar da questão, chegou-se então a conclusão que o grande vilão do problema era  a grande concentração de gases na atmosfera, em especial o CO2, o mais nocivo de todos os gases de efeito estufa.
            A conferencia das partes chegou então a proposta do tratado de Quioto, realizada no Japão em 1997, que tinha como principal objetivo fazer com que os países que mais poluíam, ou seja, os países desenvolvidos, se comprometessem a reduzir seus níveis de poluição. Porem a maior potência econômica mundial, os Estados Unidos, se negou a assinar o protocolo, alegando que tal compromisso colocaria em risco sua sustentabilidade econômica. Diante disso, foram criados os CERs (Reduções Certificadas de Emissões, tradução em inglês) segundo normas estabelecidas pelo tratado de Quioto, paises que não têm que diminuir suas emissões de dióxido de carbono(CO2) , podem desenvolver projetos com o objetivo de emitir os CERs. Os CERs são derivativos financeiros, ou créditos, que devem ser adquiridos por empresas dos países que tem por obrigação reduzir as emissões de (CO2). O protocolo de Quioto determina que quem polui deve arcar financeiramente com as conseqüências disso.
            A idéia e que com esse incentivo financeiro, os países em desenvolvimento invistam mais no desenvolvimento de alternativas de tecnologias limpas (não poluidoras) principalmente no que diz respeito à geração de energia, e também em projetos voltados para área florestal, tanto em reflorestamento como também na preservação das áreas nativas existentes, visto que a maior parte dessas áreas, ainda estão nos países pobres.
            O protocolo de Quioto dividiu os países em dois grupos, os que precisam reduzir suas emissões de poluentes, e os que não estão obrigados a tais reduções, os países do segundo grupo podem vender essas reduções para os países do primeiro grupo, através dos créditos de carbono conseguidos com os CERs. As transações internacionais com créditos de carbono já estão acontecendo, os 39 países que por força do protocolo de Quioto devem reduzir de 2008 á 2012 suas emissões de dióxido de carbono e outras substâncias nocivas a patamares 5,2% menores do que o índice global registrado em 1990, movimenta-se no sentido de adquirirem os créditos de carbono.
            A principio parece-nos que foi encontrada uma maneira eficiente de responsabilizar quem de fato é responsável pelo alto índice de poluição no planeta, mas alguns questionamentos devem ser feitos: Quem de fato vai ser beneficiado? Quem garantirá e fiscalizará os créditos de carbono? O meio ambiente será mesmo beneficiado?.
            Especialistas alertam para o fato dos créditos de carbono estarem sendo tratados como “Commodity”, o que para eles é um grande equivoco, o carbono não é uma Commodity, porque suas emissões devem ser reduzidas, e o conceito de Commodity é: Mercadoria, aquilo que é vendido para obtenção de lucro; e para uma mercadoria dar lucro, sua produção deve ser cada vez maior, o que seria um contra senso no caso do carbono, por isso a dificuldade em unir as palavras Cmmodity e ambiental.
            A Commodity ambiental  só será possível, quando a exclusão social nos países pobres for solucionada, para a economista Amyra El Khalili, “O proprietário da Commdity ambiental tem de ser a comunidade, o povo, a nação” e deve visar o “Lucro social”. Mas o que se vê na realidade com relação à questão, e que os créditos podem acabar beneficiando apenas empresários especuladores do mercado financeiro, e os excluídos, correm o risco de continuarem excluídos.Por esse motivo, há a necessidade de saber quem de fato fará o controle desse mercado. Nos enquanto cidadãos, devemos exigir que os créditos de carbono não caiam na vala comum de um modelo econômico perverso, em que o lucro é almejado a qualquer preço, e a qualidade de vida e a preservação do planeta ficam sempre em segundo plano.



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