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Fordlândia – O Sonho vira filme
(Marinho Andrade e Daniel Augusto)

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FORDLÂNDIA – O Sonho vira filme

               O Eldorado na floresta amazônica, idealizado por Henry Ford, agoniza 80 anos depois e vira tema de documentário, a ser lançado ano que vem, sem apoio da fábrica.  Enquanto as velas do aniversário de 50 anos da indústria automobilística brasileira são assopradas, dois cineastas resgatam a história que a Ford tenta esquecer.
              A inauguração foi em 1920, por Henry Ford, a unidade começou a montar o modelo T a partir de peças importadas. A produção em 1957, do primeiro caminhão inteiramente nacional, o Bandeirante, e o lançamento em 1967, do primeiro Ford brasileiro, que foi o Galaxie 500, são fatos corriqueiros em livros e enciclopédias.      
              Porém, o que a montadora não faz questão de exaltar e que se perde no meio da floresta amazônica, numa região às margens do Rio Tapajós. Um pedaço de terra adquirido pelo industrial em 1927 e, que ficou conhecido por Fordlândia.
              A idéia de Henry Ford era criar um pólo de abastecimento de látex, a matéria-prima dos pneus de sua fábrica de automóveis. Com isso, Henry Ford, plantou um milhão de mudas da "hevea brasiliensis", planta nativa da floresta amazônica e popularmente chamada de seringueira, uma árvore que produz um importante líquido: o látex. Henry Ford achou que, se desmatasse uma parte da floresta e plantasse as seringueiras, uma ao lado da outra, a exploração do látex seria muito mais potencializada. Mas a seringueira, espalhada no meio da floresta, precisa da copa das árvores mais altas para se desenvolver, principalmente nos primeiros anos de vida, fora do sistema da floresta e, sem esse substrato superior que lhe desse cobertura, a plantação de seringueiras fracassou. Em 1916, Henry Ford abandonou o projeto e copiou o projeto da Inglaterra, e levou mudas de seringueira para outras áreas tropicais da Malásia e Indonésia. Pois, na época, a Inglaterra dominava a produção de látex na Malásia criando problemas de abastecimento para a Empresa de Henry Ford.
               O documentário, que tem direção de Marinho Andrade e Daniel Augusto, conta a história do empreendimento que, como centenas de outros projetos de Eldorados na história da humanidade, não passaram de miragem.
              A fracassada empreitada terminou 18 anos depois com um prejuízo de US$ 25 milhões e a descoberta da forma de produzir pneus do petróleo.
              Do sonho restaram as casas da vila americana e dos funcionários brasileiros, que foram engolidas pelo mato e sucateadas pelo abandono.
              Modelos da Ford podem ser vistos se deteriorando no meio da floresta e servindo de abrigo para animais selvagens.
              Marinho Andrade afirma que, o Fordismo não teve o trabalho de obter informações de geólogos sobre a floresta, e o plantio das seringueiras foi feito de forma incorreta, com as árvores muito próximas, como uma plantação de eucaliptos.            
              A plantação foi vítima do ‘mal das folhas’ e a produção em dois anos não foi suficiente para suprir a demanda de um dia de trabalho da matriz nos Estados Unidos.
              “A prepotência americana fez com que dessem com os burros n’água, pois eles não ouviram os seringueiros, povos da floresta, pessoas acostumadas com a exuberância da floresta”. Afirma Marinho Andrade.
 Arquitetura

              O que mais impressionou o diretor do documentário foi o estilo arquitetônico, nos moldes das casas dos estados do Sul dos Estados Unidos. As ruas largas, com hidrantes de dois em dois quarteirões.
              Os campos de golfe, e uma série de modernidades, que chegavam de navio para um rincão da selva tropical. O Diretor Marinho Andrade leu uma nota em um jornal sobre a Fordlândia e quis saber o que era isso. Em 1999, foi até lá e ficou encantado. Marinho Andrade lembra que saiu de São Paulo e, para chegar até Fordilândia, exige um esforço físico e financeiro, pois são dez horas navegando em direção ao Sul, saindo de Belém.
              Além da história ser muito boa, outro atrativo do documentário são as imagens da época. Marinho explica que Thomas Edison, que desenvolveu a câmera cinematográfica, era amigo de Henry Ford e enviou para a cidade diversas unidades para serem testadas. As imagens também serviam para prestar contas para o patrão, que nunca veio à cidade que incorporou o seu sobrenome. “Tem imagem do primeiro prego até a cidade trabalhando com força total”, antecipa Andrade.
 Críticas

              A filial americana na Amazônia despertava críticas ferozes. O ano era 1935, e na época Gilberto Freyre, escreveu um artigo que foi publicado na Folha do Povo, do Recife, que dizia: “Não haverá algum apetite ou gana insaciável de Mato Grosso, disfarçada sob aquela simples vontade de plantar seringais, no capitalismo americano que há cinco ou seis anos se alastra pela Amazônia? Não estará esse capitalismo, convalescendo agora num regime meio vegetariano – à custa das nossas matas! Das crises que ultimamente o prostraram nos seus grandes centros?”.

              Apesar do insucesso da Fordlândia, Marinho considera o documentário uma homenagem a Henry Ford. “Não é uma história de mocinho ou de bandido, mas a história de um sonhador”.
               O diretor Marinho Andrade está ansioso pelo lançamento de seu documentário. E quando iniciou as filmagens, Marinho Andrade entrou em contato com a Ford, mas não recebeu nenhum incentivo e nem apoio. Para pagar os gastos de R$ 700 mil, a equipe da produtora Griffa Mixxer contou com o apoio da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).



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