O Grande Gatsby
(F. Scott Fitzgerald)
"O Grande Gatsby" ostenta dois assuntos chaves para a literatura: a obsessão e o descalabro dos valores. A história de Jay Gatsby- um ex-oficial do Exército norte-americano, que enriquece graças ao tráfico de bebidas e outros negócios escusos- é uma visão soturna e veemente das ilusões que o dinheiro constrói. Gatsby é um jovem sem recursos financeiros que vive uma ardente paixão com a eletista e popular Daisy Fay. Separados pela guerra, a moça casa-se com Tom Buchanan, um ex-atleta de rugby. Cinco anos depois os ex-amantes se reencontram. O narrador da história é Nick Carraway, primo de Daisy e vizinho de Gatsby, em West Egg, na cidade de Nova York.
O mundo de Gatsby é um panorama da decadência da América pós-primeira guerra mundial. Cada personagem é a síntese, e ao mesmo tempo a representação dos sentimentos (ou falta deles) que preenchiam a civilização ocidental. Daisy é a necessidade do luxo e a superficialidade; Tom é o preconceito ariano, brutal e defensor do status quo; Gatsby é o homem determinado pela conquista de uma posição social privilegiada; a jovem Jordan Baker é a letargia e a arrogância de uma classe dominante que desconhece (ou prefere ignorar) os dramas de existências menos afortunadas; e finalmente Nick Carraway é o observador educado, solitário e desiludido de uma sociedade materialista e capaz de produzir atrocidades para não encarar o vácuo que a vida se transformou.
A obra de Fitzgerald, publicada em 1925, permanece relevante ao descrever a ruína de um "sonho dourado" perante uma realidade vazia e fútil regada a dinheiro, mentiras e vaidades.
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