Eric Clapton - A autobiografia
(Eric Clapton)
Eric Clapton, a autobiografia
Com um livro que tem um marco demasiado humano e extremamente reflexivo, Eric Clapton mostra ser possível, mais que possível, ser simples e ter falhas e virtudes na seara glamourosa do show business. E, ainda assim conservar uma alma naturalmente artista. Sendo o jet set internacional um cenário que costuma, de tempos em tempos, oferecer relatos biográficos megalomaníacos ou fatídicos, onde a humanidade dos biografados é quase sempre suprimida. Nos mostra Clapton com sua auto-biografia que a vida sempre vale a pena quando a alma não se apequena. Num livro que relata minúcias de uma efervescente Londres pós-guerra, e eternamente “cinzenta” pela neblina noir. Consolida uma vez mais a atmosfera da cidade como o berço da nata roqueira contemporânea. Através de seus escritos é possível perceber e acompanhar o parto de grandes bandas como Yarbirds, Cream, Blind Faith e outras que foram berçários de estrelas que influenciaram sucessivas gerações. Narra sua origem como filho bastardo do seu próprio avô. É verdade. Clapton eviscera se e permite que seu relato biográfico seja uma terapia familiar onde o músico conta aspectos bem relevantes de sua estrutura familiar. Foi criado “secretamente” como filho legitimo pelos avós maternos, pois sua mãe negligenciou sua criação em função de uma novo casamento. Clapton descobriu, segundo relata em seu livro, meio que por acaso, esse imbróglio familiar. Esse drama pessoal teria sido o motivo para passar a infância, pré-adolescência e adolescência apegado ao primeiro instrumento de corda que ganhou de seus pais-avós. Logo o encontro marcado com o blues permitiu que o roqueiro não manifestasse nenhum, ou quase nenhum, ressentimento em relação a sua estrutura familiar original. Com isso pode desenvolver uma carreira prolífera e coerente com a sua verve musical. O artista devotou ao blues verdadeiro fervor religioso, o que lhe fez, sempre que possível, render homenagens aos grandes bluesmans como Muddy waters, Howlin Wolf, BB King etc seus ídolos incondicionais. E ganhamos nós (in) felizmente, o mundo, com tudo isso um genuíno guitar man, ou melhor, um guitar hero. Revela que ficou bastante envaidecido com a famosa frase pichada nas ruas de Londres Eric is God. Bem humano esse Eric.
Desde sempre o virtuose Clapton foi convidado a participar de grandes discos de grandes bandas de rock. Relata sua amizade com George Harisson. Esmiúça o triângulo amoroso vivido entre ele, George e Paty Harisson. Triângulo que não foi suficiente para destruir uma amizade eterna com o beatle George. Conta também, que por sua participação no Show Live in Peace Toronto recebeu como pagamento de John Lennon gravuras desenhadas a mão pelo próprio Lennon. E lamenta ter perdido os desenhos. Canja com os Stones, Who ... etc.
Também relata com coragem, sua epopéia de perdas e perdas na espiral do mundo do álcool e das drogas. Narra a tragédia máxima e incomensurável de sua vida : a morte de seu filho Conor de 4 anos. Há que ter fôlego para ler a historia de um deus vivo. Mas se tratando de Eric Clapton não poderia ser muito diferente, ele soube fazer as pedras rolarem e valorou com isso.
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