A Amazônia é brasileira?
(Marco Aurélio Marocco)
A chamada internacionalização da Amazônia está de novo nas páginas dos jornais. A mais recente manifestação sobre o assunto surgiu neste mês de maio de 2008, quando o jornal norte-americano New York Times publicou matéria questionando "de quem é a Amazônia, afinal?". Em primeiro, lugar, é preciso esclarecer que a floresta amazônica não é brasileira mesmo, pelo menos não toda ela. Outros países, como Equador, Venezuela e Colômbia também têm partes de seus territórios ocupados pela Amazônia.
A questão que deve ser discutida, porém, não é sobre a propriedade da maior floresta do mundo e sim sobre as formas de administrá-la. O governo brasileiro vem promovendo ações com o objetivo de proteger a Amazônia, mas, infelizmente, os números sobre o desmatamento só têm crescido. Isso aumenta as pressões internacionais em defesa da floresta. É preciso, pois, que o Brasil reaja imeadiatamente a qualquer tentativa de implantação de uma administração internacional sobre a floresta. A proposta de se colocar as Forças Armadas para guarnecer a mata, por exemplo, parece ser bem razoável.
Pode-se admitir também algum tipo de auxílio externo para garantir a sobrevivência da floresta, mas não se deve esquecer a velha máxima segundo a qual "não existe almoço grátis". No fundo, por trás de uma suposta ajuda ao Brasil para proteger a floresta amazônica, os países ricos, como Estados Unidos e as nações européias, desejam mesmo é se apropriar de um patrimônio valioso como a Amazônia. Afinal, se os ricos têm tanta preocupação assim em defender o meio ambiente, porque os EUA, por exemplo, se recusam a assinar o protocolo de Kioto, que prevê a redução das emissões de CO² na atmosfera? Se querem defender a natureza, que comecem em seu quintal.
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