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Borboleta em Cinza
(Z.A. Feitosa)

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Os cânticos profanos de Borboleta em Cinza -
A poética do amor que flagela e revigora, nos versos com forte acento sensual de Z.A. Feitosa.

         Ainda que pese a expressão usada pelo poeta para designar a poesia de Borboleta em Cinza, pela preferência por assuntos ligados ao amor erótico, os poemas do livro têm pouco em comum com a lírica ou a temática das composições poéticas que relatam o diálogo do homem com um deus.
        Sem pretender que existam intenções que se ocultam, o autor elegeu um ser espiritual como causa ativa desse amor que é gemido ou, até mesmo, soluçado em versos de estranha poética, cuja plasticidade das metáforas figura-se, às vezes, desconcertante nas páginas de Borboleta em Cinza.
        Há originalidade na forma como Z.A. Feitosa reinventou a beleza dos cânticos, que prestam o culto a um deus, para narrar os sentimentos nascidos da intimidade com um ser angélico, nutrindo-se, principalmente, das características extravagantes e instintivas desses poemas místicos; e concentrando-se, todavia, no lirismo amoroso para criar os poemas que nomeou salmos profanos.
        O amor na expressão do erotismo particular de Z.A. Feitosa tem certa religiosidade, o que pode revelar uma estranha crença no amor que flagela e revigora. A submissão do ser ao anjo, que impõe sua vontade, transforma o amor, de que fala o poeta, numa experiência mística. O autor de Borboleta em Cinza, que buscou nos salmos inspiração para sua poesia, parece ter mergulhado nas profundezas dos textos canônicos à procura do poder redentor do amor.
        Z.A. Feitosa abusou, intencionalmente, da presença de certas expressões e do tom clamoroso dos salmos, assim como das formas poéticas que lhes são comuns, usando com acerto o manar do pensamento e das palavras de caráter canônico para construir poemas intensos, através dos quais o poeta relata as vivências de caráter erótico, experienciadas por um ser humano na presença desse anjo, que é uma espécie de fonte de prazer e dor.
        O amor na poesia romântica de Borboleta em Cinza, porém, não é tratado como mera idealização, estando envolto numa densa aura de natureza erótica, que dá a totalidade de sua obra. Assume, portanto, um ar de consumação. É como se o poeta transformasse em experimento poético as experiências amorosas ou as próprias obsessões românticas, que marcaram sua vida.
        Ao tratar como situações místicas o amor silencioso, que os corações gestam no aconchego da solidão, Z.A. Feitosa acabou por cunhar belos poemas. Não só pelo adequado emprego de técnicas poéticas, mas por ter sido capaz de plasmar, poeticamente, o sentimento de tristeza que veste com seus entardeceres a alma do ser humano que se descobre apaixonado por um anjo.
        Assim, não é por acaso que a poesia de Borboleta em Cinza ajuda a perceber porque o amor, quando é tão diverso, como esse amor de que fala o poeta, de modo geral, toca a incompreensão, sobretudo, se atrevidamente deixa o escondedouro de um coração e se converte em experiência na luz fria da manhã.
        É, no mínimo, destemido o uso que o autor faz de sua inspiração e ninguém pode negar a força de sua imaginação, convertida em criatividade, a qual sobressai em todos os poemas do livro. Aliás, imaginação criadora é o diferencial da obra de Z.A. Feitosa, um escritor dotado da rara capacidade de criar textos, agradáveis aos sentidos, mediante a combinação de palavras comuns e idéias sabidas de todos.
        Pode-se afirmar que Z.A. Feitosa criou, em Borboleta em Cinza, uma poesia de raro erotismo, que toca profundamente quem lê. E, embora alguns poemas pareçam licenciosos, é indiscutível a beleza que o leitor saboreia ao se apossar dos sentimentos que transbordam em cada um dos poemas.
        É o fato de Z.A. Feitosa celebrar sem vergonha o amor erótico, assim como a linguagem e o vocabulário emprestados dos cânticos místicos, que torna deveras interessante a lírica embriagante dos salmos profanos , que compõem seu novo livro, publicado com o apoio cultural da Casa Pai Joaquim de Aruanda.
        Por fim, desejamos, ao dar boas-vindas para os salmos profanos de Borboleta em Cinza, que a leitura destes poemas motive as pessoas a, dentro da multiplicidade de experiências que o amor oferece ao ser humano, expressarem seus afetos mais verdadeiros.



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