A cana-de-açúcar e o cerrado
(''Ciência Hoje'')
Com o aumento e o incentivo do governo brasileiro ao mercado de biocombustíveis, cresce também o cultivo da cana-de-açúcar no país. Segundo o ISPN - Instituto Sociedade, População e Natureza - o bioma que mais sofre os impactos da expansão da lavoura da cana é o cerrado.
Também considerado o segundo bioma mais ameaçado do Brasil, o aumento do cultivo da cana-de-açúcar em áreas consideradas prioritárias compromete a biodiversidade do cerrado e a produção de alimentos. Infelizmente, o retorno da monocultura de açúcar volta a assustar o país. Para os pesquisadores do ISPN, o Brasil, além de destinar dinheiro a expansão das lavouras, tem que investir na minimização dos impactos causados pela ocupação desordenada do cerrado. Estudos mostram que desmatamentos nessas áreas chegam a 22 mil metros quadrados por ano, taxa maior que a da Amazônia. O cruzamento de dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Ministério do Meio Ambiente (MMA) detectaram situações de risco para a água, o clima e a biodiversidade na região.
Além da perda da biodiversidade e a diminuição de áreas produtoras de alimento, a queima da cana contribui para o aumento da emissão de dióxido de carbono na atmosfera. Estados como Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo, que têm áreas de cerrado prioritárias para a conservação, acabam dando lugar aos pólos de produção de cana-de-açúcar. Além disso, há consequências sociais desastrosas: a desestruturação do sistema de produção familiar, que é toda deslocada para a produção e colheita da cana.
Para os pesquisadores o governo precisa criar Unidades de Conservação nessas áreas que são prioritárias no cerrado, e acima de tudo combater o desmatamento neste bioma antes que seja tarde...
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