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Cora Coralina - Uma Mulher Extraordinária
(Henrique Alves)

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Hoje, quando pensei em força e coragem, amor e dedicação, me lembrei da poetisa Cora Coralina.
Cora nasceu na cidade de Vila Boa de Goiás, em Goiânia, no dia 20 de agosto de 1889.
 
Essa mulher estava predestinada a ser grande e sua luz alcançaria as estrelas do céu.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto, seu nome de batismo, concluiu somente o primário (básico), mas desde cedo já escrevia poesia, crônicas e contos, que guardava em um diário e a ninguém mostrava.
 
Tudo que escrevia era no anonimato: para driblar o preconceito dos familiares, que não viam com “bons olhos” a vocação inata da criança.
 
Dessa forma, Cora ou Aninha da Lapa, como também era conhecida, não teve incentivos literários de sua família.
 
Uma vez até pegaram seu valioso diário e resolveram queimá-lo em sua presença.
Nesse dia Aninha chorou, chorou muito.
 
O diário escapou da fogueira, graças a uma tia de Aninha que escondeu os escritos e o devolveu mais tarde a sua legítima autora.
Aninha não desistia e escrevia. Escrevia e não desistia.
Anos depois, no “Meu Livro de Cordel”, confidenciou no poema Das Pedras:
 
“Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude dos meus versos”.
 
E apesar das adversidades, provocações, privações e lutas impostas pelos meios sociais do Brasil daquela época, Cora nunca desistiu da Vida.
Apesar disso e daquilo, do tudo e do nada, ela sempre acreditou no sonho, no seu sonho.
É emocionante ouvi-la dizer:
 
“Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”.
 
Escritora e poetisa desde sempre, ela escrevia e recriava o seu cotidiano, a sua realidade.
Afinal, justamente pra isso servem a Literatura e a Poesia.
Cora compreendia que viver lamentando-se pelos cantos não ajudaria verdadeiramente em nada.
O importante era viver e celebrar a vida, o tempo presente, como a melhor dádiva divina.
Viver o quanto antes e o quanto puder. Isso sim era importante.
 
Aninha da Lapa adotara o pseudônimo “Cora Coralina”, que significa “coração vermelho”.
 
“Poemas dos Becos de Goiás e Histórias Mais” foi sua primeira obra publicada.
Nessa ocasião a autora já tinha 75 anos de idade.
Cansada? Vencida pelo passar do tempo? Nem pensar!
Cora não era mulher de entregar os pontos. Pelo menos não antes da hora.
 
O merecido reconhecimento veio aos poucos, primeiro com os públicos e rasgados elogios de Carlos Drummond de Andrade, depois vieram os prêmios nacionais e estrangeiros.
E logo todo o Brasil queria ler Cora Coralina.
 
Cora também foi doceira e fazia uns quitutes maravilhosos.
Em sua casa recebia a todos, inclusive dezenas de turistas curiosos e entusiasmados com a alegria da poetisa goiana. Sua casa era aberta a visitação pública.
 
Cora ainda viveu até os 96 anos, escrevendo contos, crônicas e poesias que brotavam não da racionalidade, mas de seu coração cor de sangue. Coração divino e humano. Festivo e eterno.
 
No dia 10 de abril de 1985, falece em Goiânia, tendo seu corpo velado na Igreja do Rosário, ao lado da casa Velha da Ponte.
 
“Estórias da Casa Velha da Ponte” é lançado pela Global Editora.
Postumamente foram lançados os seus livros infantis “Os Meninos Verdes”, em 1986, e “A Moeda de Ouro que um Pato Comeu”, em 1987.
Em 1989 foi lançado mais um livro seu, “O Tesouro da Casa Velha da Ponte”.
 
Os ventos trazem novos tempos e a lembrança dos bons e verdadeiros exemplos das pessoas que um dia viveram entre nós.
Que estes exemplos sirvam de inspiração na nossa caminhada diária, pois a vida segue.
E o que realmente conta pontos é a qualidade com que vivemos nossa missão na Terra.



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