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Três Vidas
(Máximo Gorki)

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Trata-se de uma obra de visão depressiva e pessimista sobre o mundo, as sociedades e os indivíduos, que nos transporta, de desgraça em desgraça, por um antro determinista de pecado e sofrimento. É-nos também narrado neste livro, a religiosidade extrema do povo russo, com toda a crença dogmática acerca dos feitos dos seus santos e santas, assim como da aurea sacra dos locais, onde os mesmos são lembrados pelos seus feitos. Enfim, a tradição religiosa oral de um povo na sua melhor caracterização.

Impulsionado por uma mundividência derrotista e conformada, o autor, na sua escrita, lembra muito o Inverno russo: frio, rigoroso e sem clemência. Desta forma, faz uma feroz critica aos maus sentimentos do Homem em sociedade, recorrendo, para isso à visão pura e desinteressada das crianças e também à visão um pouco mais implicada dos adolescentes, garotos feitos adultos à força, pela necessidade de sobrevivência ao meio que os rodeia. Conta-nos ainda os vários aspectos da vida de cada um e a forma como os pensam nas várias etapas de crescimento

Máximo Gorki conta-nos assim a história de um rapazinho orfão, desventurado e a cargo de um tio deficiente. Este rapazinho, que trepa na vida a pulso, é ele mesmo palco , agente passivo e observador previlegiado, da luta entre as tendências geneticamente herdadas e as educações. São várias as peripécias azaradas que lhe acontecem, no entanto as mesmas só vem servir para o fortalecer na forma como encara essa permanente luta. Neste trajecto de vida cruzam-se com ele personagens, como por exemplo, o velho Jeremias, trapeiro, que é a encarnação da afirmação marxista " A religião é o ópio do povo ", mas que à conta disso tem um enorme coração, uma paciência sobrehumana e uma capacidade de compreender e perdoar fora do comum. E entre muitos outros, o amigo Tiago, eterno sonhador, utópico e desligado da realidade.

As principais referências da vida do protagonista deste romance, que são ao todo três: uma infância pobre, uma adolescência de carências e uma vida adulta desafogada mas triste, podem muito bem ser o mote para o título da obra. Porém não devemos esquecer que o dia a dia pobre e austero do povo, a vida devota e dedicada dos crentes e a vida devassa e cínica da burguesia, tal como a vida do seu avó que morreu ermita e louco, a do pai que acabou como criminoso, e a sua própria, uma terceira, espécie de meio termo entre as duas anteriores, tudo isto também pode ser visto como a justificação desse mesmo título.

A miserável vida quotidiana dos povos russos da época czarista, encontra-se genialmente retratada nesta obra literária de género romântico, mas que contém, estranhamente e em simultâneo, traços de um caracteristico realismo dos autores russos da altura. São, este romantismo e este realismo, as duas correntes que na literatura russa dos séc. XIX e principios do séc. XX se enlaçam para fazerem parir o tão original romance eslavo. O mesmo, quer pelo sentimento profundo nele encontrado, quer pelo encanto que desperta a sua leitura, a quem nele se entranha, tornou-se típico e mundialmente famoso.

BIBLIOGRAFIA : Máximo Gorki; Três vidas; Círculo de Leitores; Lisboa; 1973



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