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A desarticulação do mercado açucareiro no Brasil Colônia
(Celso Furtado)

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    A crise de superprodução no mercado açucareiro mundial foi provocada pela implantação de uma nova indústria nas ilhas do Caribe. A nova empresa acirrou a competitividade internacional. Essa indústria surgiu graças ao aprendizado que os holandeses tiveram nas terras brasileiras com relação às técnicas e os métodos organizacionais praticados pelos portugueses na colônia.
    O fim do monopólio, que nos três quartos de século anteriores se assentara na identidade de interesse entre os produtores portugueses e os grupos financeiros holandeses que controlavam o comércio europeu havia terminado. O resultado da quebra da aliança foi a redução dos preços do açúcar à metade e persistiram nesse nível relativamente baixo durante todo o século seguinte. Assim, a crise de superprodução, a qual promovia a baixa dos preços dos produtos e, portanto, da lucratividade do setor, colaboraram para a desarticulação do sistema.
    A depreciação, com respeito ao ouro, da moeda portuguesa, analisada naquele período, foi praticamente das mesmas proporções. Isso mostra como era grande a importância do produto açucareiro para a balança de pagamentos de Portugal. Sendo assim, o cenário era bastante crítico: queda nos preços do açúcar, da renda, da exportação e da lucratividade. O que possibilitou um menor impacto negativo na economia da colônia naquele período foi exatamente a desvalorização da moeda portuguesa frente ao ouro. Tal desvalorização beneficiou o setor exportador, pois permitia o estimulo das exportações, e ajudava a controlar as quantidades das importações que viesse a entrar na colônia. Contudo, como eram os portugueses quem exportavam para a colônia brasileira, os frutos resultantes desta política eram todos deixados nas mãos do setor exportador português. Se a empresa exportadora pertencesse aos colonos, a renda ficaria no país e seria investida aqui dentro.
    A etapa de maior lucratividade da empresa agrícola-colonial portuguesa havia, portanto, entrado em colapso. O volume das exportações médias anuais da segunda metade do século XVII não chegou a alcançar cinqüenta por cento dos pontos mais altos atingidos em torno a 1650. Além disso, seus preços não superavam a metade daqueles que haviam prevalecido na etapa anterior. Conforme Celso Furtado, a renda real gerada pela produção açucareira estava reduzida a um quarto do que havia sido em sua melhor época.



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