Que PROSSIGA O ENTERRO-CONTO BEM CONHECIDO
(DESCONHECIDO)
Em Portugal, cada família antiga disputava a honra de ter tido o João Preguiça verdadeiro em sua casa... Era uma vez, pois, pois, o João Preguiça... Nasceu sem pressa. Tinha preguiça até para chorar. Mamar só se a mãe o punha no peito e aí... que preguiça para parar! cresceu muito preguiçoso. Só aprendia a hora de descansar. Quando já estava grandito os pais resolveram pegar duro e fazê-lo cuidar da vida. Quando o aperto foi muito grande e Joãozito foi posto na parede, ele resolveu que iria morrer. A família desafiada, prosseguiu no aperto. Ele pediu caixão. Trouxeram. Deitou nele. Mandou: Façam o enterro! Foi então iniciado todo o ritual. Começou e terminou o velório. Saíu o Cortejo Fúnebre anunciado e acompanhado por Tubas Tristes tocando o ritmo lento de Funeral. Lá pelo meio do trajeto ao cemitério, um parente rico tentou demovê-lo. Chegando perto, falou-lhe: João! Eu lhe dou um milhão. Você viverá sem trabalhar, com a renda. O "defunto" ergueu a cabeça e perguntou: Onde? Como? O tio explicou: Vamos até o Banco. Você faz a ficha. Vai para uma casa só sua. Vem todo mês ao Banco retirar a renda. Cuida de suas compras, de suas coisas. Ah! (retrucou o Joãozito) Todo esse trabalho? Então que prossiga o enterro! Pois, pois... É cômico? Sê-lo-ia (em boa lusofonia) se não houvesse na Terra alguns bilhões de João Preguiças manobrados por ditadores em nome dessas maiorias aporveitando-se dessa inércia que grita: Eu? Tomar conta de mim? Então que prossiga o enterro! Aí os bandidos se entreolham e dizem - quanto pior, melhor pra nós! incentivemos a preguiça! Assim se enterram as civilizações, as riquezas e as nações. Diremos: É o Fim do Mundo? E as "maiorias apalermadas" respondem em coro: "Então, que prossiga o enterro!"
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