Resumo de Feng-SHUI - A Ciência do Paisagismo Sagrado na China Antiga

O sentido mais amplo de Feng-Shui significa as relações com a natureza ambiente, a influência na paisagem e a felicidade dos habitantes. O conhecimento envolve muita sensibilidade, por isso o ideal é que o conhecimento seja passado do Guru ao discípulo diretamente; pouca literatura há a respeito, sendo que o livro escrito por E.J.Eitel é um dos primeiros no ocidente. Através de regras e sinais e pela percepção extrasensorial das energias o praticante do Feng-Shui pode neutralizar energias negativas e captar e aproveitar as positivas de um lugar qualquer. Isso intrigava os ocidentais que não entendiam aquela estranha filosofia. O autor, classifica esta ciência milenar de infantil de "uma humanidade pré-civilizada". Covém lembrar que no ocidente esta prática já era conhecida com os nomes de geomância, rabdomância e mais recente como energia das formas. Na visão dos estrangeiros, a China vivia uma espécie de "ecologia" dos espíritos humanos e da natureza. Essa ignorância fez com que sofressem as consequências de sua atitude ante a filosofia chinesa em relação ao Feng-Shui, e os chineses transformaram o conhecimento em ciência oculta.
O chinês considera as formas da natureza como um campo magnético onde fluem energias que precisam ser harmonizadas. Daí ser comum ver pagodes aparentemente sem nenhuma finalidade espalhados por montes e encostas de montanhas, mas que estão captando e redirecionando a energia Ch'i. Essa filosofia do passado criou ambientes magníficos especialmente nas áreas rurais com o objetivo também de obter bons resultados na agricultura.
A energia de onde saem o Yang e Yin é o Ch'i, ou sopro da natureza. Estas leis da natureza são o Li, anterior à Criação. A ordem celestial, estudada pela Astrologia, é o céu explicitamente representado pelos astros que eles estudam e aplicam no dia-a-dia. Esta tradição esotérica antidiluviana chinesa também tem semelhança com os sumérios, egípcios e maias, remontando a era da Lemúria e Mu, originados do continente de Gondwana.
A atitude de respeito para com a natureza permite que vejam nela um organismo vivo respirando em união céu-terra. Todo sistema Feng-Shui é baseado no conceito emotivo da natureza e sua transmutação criando forças que se alternam, ora masculinas, ora femininas. Tudo está em estrita concordância com os princípios matemáticos, traçados e ilustrados por diagramas, exibindo a proporção numérica do Universo, chamado "So", ou números. Os princípios Hi, So, e Li, só se tornam manifestos através das formas e perfis da natureza. O conjunto do LI (ordem da natureza); SO (suas proporções numéricas); HI (seu sopro vital ou energias sutis) e YING (suas formas aparentes), constituem o que popularmente é chamado de Feng-Shui.
O céu é o tipo ideal para o Chinês; a terra é apenas o reflexo material, grosseiro. Tudo o que existe na terra é uma forma sensível e transitória de algum agente celestial. O Feng-Shui tem por objetivo a decifração desse horóscopo celestial do futuro das pessoas e das nações. Os pontos básicos são: 1- O céu governa a terra; 2- Céu e terra influenciam todos os seres vivos, e podemos tornar essa influência benéfica; 3- Os vivos dependem da boa vontade e influência geral dos mortos. Este item é muito importante para o chinês que mantém um culto aos mortos, de respeito e veneração. A alma humana é dotada de natureza dual. Distinguem um animus e a anima. O primeiro é a energia da natureza humana o alento do céu, o espírito; a anima é o elemento feminino da natureza - o alento da terra, a matéria.
Desenvolveram um estudo da natureza para localizar um ponto favorável onde as correntes magnéticas (masculina e feminina) passam. Alegoricamente correspondem ao dragão azul (à esquerda) e o tigre branco (à direita) de qualquer lugar considerado bom. O ângulo formado por essas duas posições sinalizadas por elevações, é bom se as condições do céu também o forem. Um predomínio das forças femininas é considerado negativo.
A sucessão das estações determinam proporções numéricas da natureza; daí os ideogramas conhecidos como o I-Ching. Cada um tem uma correlação com todos os elementos da natureza, céu, terra, planetas, constelações, signos, etc. Um complicado cálculo com o auxílio da bússola do geomante, leva o estudioso do Feng-Shui a determinar um grande número de resultantes que as pessoas comuns não entendem, o que dá credibilidade ao geomante.
A natureza tem o seu sopro; da sua estrutura deriva toda a boa ou má influencia. Os locais com suas constantes pulsações e permutações de expanção e contração determinam condições variadas da atmosfera : frio, calor, secura, umidade, vento, e fogo. Estes são os sopros da natureza, que aliados aos cinco elementos da natureza: madeira (Júpiter); fogo (Marte); terra (Saturno); metal (Vênus) e Água (Mercúrio) - que também se interelacionam, constituem e determinam todo o sistema da meteorologia chinesa.
Rochas destacadas, serra ou rios em linha reta são formas negativas; plantação de árvores ou construções de pagodes, tanques com água fluindo na frente das casas, dragões e leões entalhados sobre os telhados, traçar caminhos sinuosos, etc, são algumas formas de harmonizar a natureza. As formas da natureza cujas extremidades se encurvem dando a idéia de uma ferradura são as melhores; rios sinuosos podem atrair riqueza e abundância.
O estudo do Feng-Shui atualmente de divide em dois ramos: o templo ancestral e a escola Kwang-si. A primeira segue a tradição antiga da ordem da natureza (Li) e das proporções numéricas (So), com amplo uso da bússola. A segunda dá ênfase às doutrinas do sopro e aos perfis da natureza. Usa também abússola do geomante como auxiliar.

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