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Não feche seus olhos esta noite
(Maira Parula)

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Se você é do tipo que faz um plano e o segue meticulosamente até sua consecução, será ótimo poder ver algumas fotos do seu planeta. Aproveite a viagem para conhecer um pouco do nosso.
Não me interprete mal. Não é que as coisas aqui não funcionem. Elas funcionam muito bem. Para tudo há um começo, um meio e um fim (nesta ordem), mas há novos começos antes de outros meios e vários fins concomitantes com outros começos, meios e fins. Tudo acontece um pouco assim, de surpresa. 
Nós fazemos planos e os seguimos. Alguns não funcionam. Nós os chamamos de sonhos. Um bom exemplo de um plano que vai muito bem é que estamos conseguindo consumir completamente o planeta enquanto nos devoramos mutuamente (eu disse que é um bom exemplo de plano, um caso de sucesso como plano que está sendo seguido a risca e que tudo indica que será bem sucedido; admito, porém, que pode haver alguma discussão a respeito de eventualmente este não ser um plano muito bom).
Se a sua viagem for longa como a nossa, é possível que você, meu caro ET, precise se distrair um pouco.
Uma boa companhia de viagem pode ser a leitura do livro de Maira Parula.
A prosa de Maira é bem articulada, interessante, intrigante e instigante, perpassada por um senso de humor irresistível (se bem que, nesse caso específico, provavelmente será mais bem apreciado se você for mesmo um ser de outro planeta; no nosso caso, vale uma antiga piada: dói quando eu rio). É possível ler os textos de forma independente, mas há um nexo. É que Maira parece ter uma ansiedade bem dirigida, um sentimento de urgência. É como numa viagem muito longa: sempre chega um momento em que mesmo as paisagens mais extraordinárias ou as paradas mais interessantes não conseguem nos distrair do fato de que queremos que tudo aquilo acabe, que todas aquelas partidas, estradas, paradas e novas partidas cheguem a um fim... Afinal.
A poesia, que Maira quer clara, simples e bem articulada, funciona como oásis serenos em meio a uma tempestade no deserto, ou ilhas paradisíacas entrevistas em meio a uma tormenta. O mais provável é que sejam miragens.
Enquanto escrevia estas impressões, Maira escreveu no seu blog (30/06/08): “Mário Quintana deu a melhor explicação de literatura: 'A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira...' Escrever é a arte de sentar numa cadeira, já disseram.”
Eu não tenho os dados, mas, ao que tudo indica, os habitantes do nosso planeta preferiram fechar os olhos, não só naquela noite, mas em todos os dias e em todas as noites que se seguiram ao lançamento do livro.
É uma pena. Manter os olhos bem abertos e ler o livro de Maira seria uma excelente alternativa. Até porque não importa muito se as coisas não dão certo sempre. E o riso pode ser ótimo nos casos em que é importante não parar de respirar.



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