O GALO, A RAPOSA E OS CÃES DE CAÇA - FÁBULAS
(LA FONTAINE)
A raposa chegou ao galinheiro. Deu até água na boca ao ver o galo. Que galo! Gordo, grande, saudável! "Senhor galo! Hoje estou em missão de paz!" Com toda a lábia de uma raposa foi desfiando arrependimentos mil, votos de futura e eterna paz, adoção de novas teorias sociais, abandono das regras da tomada violenta do poder dos galos, respeito aos direitos dos mais fracos, naturismo vegetariano... A arenga, assistida lá do alto pela lua cheia, chegou ao seu ponto mais alto ao convidar o galo para descer do poleiro e vir dar um abraço na nova companheira de chapa eleitoral no reino da bicharada... Depois de mais um pouco de lábia, chegou a parecer que o apetitoso petisco ia cair nas garras da sabida raposa. Ele já parecia ir descendo e a raposa pingava saliva da língua na certeza de ter ganho o galo na lábia. Mas, o galo era daqueles experientes estrategistas das artes de Sun Tzu. Respondeu em seu canto de alerta, entre frases de elogios "minha irmã raposa, aqui presente..." "façamos as pazes para sempre"... após um rápido bater de asas concluiu seu discurso: "Eis que se aproximam dois belos cães de caça e que têm mais autoridade para receber o abraço do acordo de paz da ilustre embaixadora do reino dos marsupiais". Pergunte, caro amigo, se a raposinha matreira botou sebo nas canelas e saíu com o rabo entre as pernas e sumiu no mato antes do abraço das tropas de elite dos cães de guarda do galinheiro. Adivinhou, né? Esperamos que os nossos cidadãos façam o mesmo frente às matreiras raposas da política as quais esperam que nelas votem e aguardem os votantes o abraço da morte depois...
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