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O Pai de Família e Outros Estudos
(Roberto Schwarz)

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Esse livro de Roberto Schwarz era
originalmente outros ensaios em 1978 e foi, penso que ironicamente, republicado
como outros contos, talvez porque o autor não mais se interesse tanto em
abordar, atualmente, tópicos como a revolução socialista (abordado no folheto
escrito sob pseudônimo de Bertha Dunkel). A revolução socialista, derrubada a
URSS, passou de algo que se estudava como fazer para uma narrativa, um conto,
para a maior parte da intelectualidade. Esse livro é original na obra do autor,
marcada pelo estudo de Machado de Assis, desde o sucesso de seu livro de 1972,
Idéias Fora do Lugar. Em Pai de Família, cujo título foi tirado de um conto de
Kafka que aqui foi apresentado e traduzido, a crítica não julga simplesmente
quem é revolucionário e quem é reaça, como costumavam fazer alguns críticos
marxistas no período. Kafka, autor de contos e novelas sem nenhum protesto
social direto, é recuperado para a denúncia social dos problemas de um pai de
família, que Schwarz liga, logo a seguir, com as contradições sociais. Mas, se
Kafka redime-se em sua rebeldia negativa contra qualquer denúncia social, com
recuperação garantida, via Walter Benjamin, Schwarz detrata o Cinema Novo (que
não tem a mesma sorte), com todo seu enfoque no social, mostrando a pobreza:
segundo Schwarz, os cinemanovistas não empolgarão a massa faminta e ficarão
fazendo dialética para a pequena burguesia ver, sem ameaçar ninguém. A chave da
crítica de Schwarz nesse livro é que ele tematiza tudo daquilo que ele gosta
“mais ou menos”. O que ele não gosta, combate abertamente e chama até de
conformista ou de fascista. Assim o jornalista Oliveiros S. Ferreira é
desautorizado como bruxo adepto da ditadura militar, que fica despedaçando
indevidamente o repolho do marxismo, fazendo sopa ideológica. O fascista não é
invenção brasileira, escreve Schwarz, insinuando semelhanças entre a ditadura
militar e o nazismo de Hitler e Mussolini. O grupo de músicos de vanguarda
composto por Damiano Cozzela, Júlio Medaglia, Rogério Duprat e Gilberto Mendes,
em penca, toma banho de água fria graças a argumentos importados de Adorno,
embora Schwarz não seja profundo estudioso de música. O didatismo de seus
princípios socialistas vem via Althusser, no referido folheto de Dunkel, a
lúbrica socialista autora do rilkiano poema Os Testículos de Edgar. Nos
princípios, o método sociológico é defendido de uma longa horda de detratores:
Todorov, Wolgang Kayser, René Wellek, Afrânio Coutinho, Propp, Chomsky e os
concretistas. O final do livro guarda momentos mais amenos, como quando se
trata dos amigos Anatol Rosenfeld, Zulmira Tavares, Cristina Barbosa, Paulo
Emilio Salles Gomes. Numa entrevista ao jornal da imprensa nanica Movimento,
Schwarz aproveita para repercutir Idéias Fora do Lugar, defendendo-o de Maria
Sylvia Carvalho Franco e definindo Caetano e Glauber como parodistas. Eclético, inclui Revisão e Autoria, uma carta, reprova o editor pelas modificações feitas na peça A Lata de Lixo da História pelo revisor da editora.



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