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A Paixão" visto por um cristão negro
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O filme Paixão de Cristo, do Mel Gibson, tem sido muito criticado pela violência que mostra e acusado de ser anti-semita, reacendendo a chama de quem matou Cristo. Não vou seguir nessa direção, comentários prós e contras são muitos. Mais vou levantar algumas questões que como negro cristão achei interessante e positiva no filme. Uma delas é a diversidade dos povos no cenário e personagens principais não terem aparência anglo saxónica que para mim é um avanço. Uma outra questão a qual considero muito relevante foi a importância que o filme deu ao personagem de Simão Cireneu. Algo que nunca vi em filme algum que conta a historia de Cristo. Embora o ator do filme que fez o papel de Simão o Cireneu ser negro, com certeza muito dos Brasileiros que assistiram o filme não perceberam a sua negritude, devido a complexidade racial do Brasil. Mais o Simão Cireneu da Paixão de Cristo, do Mel Gibson era negro, algo que não me lembro ser em nenhum outro filme Bíblico. Fazendo um paralelo entre o filme e os textos bíblicos dos três evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) que narram o episódio, quero fazer algumas reflexões que considero importante para nos negros Cristãos.

No filme da Paixão, do Mel Gibson, Simão Cireneu antes de ser obrigado a carregar a cruz de Cristo aparece com uma criança, com isso o filme envolve a família de Simão com o acontecimento da cruz, a Bíblia fala dos seus filhos e esposa como pessoas importantes na Igreja. O soldado romano o ver e logo obriga a carregar a cruz, ele resisti mais é forçado, e faz uma condição dizendo que não tem culpa do sangue daquele inocente. Depois que ele aceita levar a cruz se torna um aliado de Cristo, não só levando a cruz mais também segurando Jesus com uma mão e a cruz com outra. O filme mostra que no percurso Simão começa a sofrer também ao ver o sofrimento de Jesus, e mostra a sua indignação contra os soldados que chicoteavam Jesus exigindo que parem de bater em Cristo se não ele não levaria mais a cruz podendo fazer o que quiserem com ele, mostrando um Simão já envolvido com Cristo, naquele momento Simão estava pronto a morrer, mais não queria ver Jesus sofrer daquele jeito. Agora analisando os textos bíblicos procuramos entender o significado de Deus ter escolhido um Negro para ajudar o seu Filho nas horas mais difícil da sua vida. O texto bíblico afirma que Simão Cireneu foi “Forçado” a carregar a cruz. Será que dentro as multidões que seguia a Jesus e até mesmo entre os seus discípulos não havia nenhum voluntário pronto a ajuda-lo. Jesus não tinha condições nenhuma de subir o monte calvário que tinha 900 metros e precisava de alguém para ajuda-lo. O Próprio Simão Pedro que Jesus chamou para segui-lo este também foi o primeiro a fugir da cruz, dizendo que nunca tinha visto Jesus e acompanhando todo o acontecimento de longe. Simão Pedro foi o primeiro seguidor voluntário de Jesus antes da sua morte, e Simão o Cireneu foi o ultimo seguidor, involuntário, antes da sua morte. Obrigado a seguir a Cristo levando a sua cruz em nome de um ato diabólico a morte de um inocente. Acredito que Deus tem algo a dizer com tudo isso. Voltando a nossa realidade de negros e negras, e pensando em nossos antepassados da diáspora também percebemos que eles foram involuntários, obrigados a seguir um Cristo em nome de um colonialismo e uma escravidão diabólica. Simão Cireneu na sua experiência e encontro involuntário com Cristo veio a se tornar juntamente com sua família de grande importância na Igreja Primitiva, a Bíblia menciona em vários textos. Em Atos 13:1 ele reaparece como, Simeão Níger, Simão o negro, ele é um dos pastores da igreja, é o homem que impõe as mãos sobre Paulo para enviá-lo ao campo missionário. O homem que um dia carregou a cruz à força agora é um dos pastores da igreja, ele assumiu a cruz. Quando os escravos negros foram trazidos forçados para a América também foram obrigados a seguir a Cristo, eles também resistiram, mais logo perceberam que seguir a Jesus Cristo não eram aquilo que os seus opressores faziam, eles assumiram também a cruz, e descobriram um Cristo Salvador e Libertador e já não mais o seguia obrigado, mais como participante da sua morte e ressurreição. O Cristo que outrora era usado para escraviza-lo agora era o Cristo da sua libertação da escravidão e racismo. Nos Estados Unidos e outros países da América isso aconteceu no período da escravidão, na África na colonização, e no Brasil ainda estamos passando por esse processo. Mais o que aconteceu com o ultimo discípulo de Cristo, Simão o Negro, também aconteceu com muitos dos nossos antepassados em África, na Diáspora na América e acontece ainda hoje conosco no Brasil.

O filme A Paixão de Cristo do Mel Gibson, me fez refletir essas coisas, talvez por não ter olhado a sua violência nem a culpa de quem assassinou Jesus Cristo. Mas cansado de ver a historia sendo contada sem a nossa participação e procurando olhar com olhos negros. Vivendo o processo que chamo de permanente conversão de um negro envolto ao um cristianismo branco, para um negro envolvido no Cristianismo de Jesus Cristo, de Salvação, Libertação e Negritude.



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