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A MORTE E O SOFREDOR - FÁBULAS
(LA FONTAINE)

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Contou ESOPO, que foi repetido por Fedro, que depois foi copiado duas vezes por La Fontaine, que um dia (ou uma noite) "Era uma vez um sofredor". Essa fábula já existia e tinha perdido a autoria nos tempos dos Sumérios, dos Babilônios, dos Assírios. Aqui nós temos mais algumas versões. O que Esopo contou é que o doente gemia e chorava em grande sofrimento. Não aguentando mais, reclamou em altos brados: "Oh! Morte! Por que não vens aliviar meu sofrimento?" E aí a esquelética portadora da foice apareceu e perguntou: "Tu me chamaste? Que desejas?" O sofredor, não se fez de rogado: "Quero que alivies minha dor e me deixes viver mais alguns anos..." Existem em La Fontaine pelo menos três outras versões. Uma delas é da morte e do lenhador, que, não aguentando com tanto carregar a lenha todos os dias um dia chamou a Morte pedindo alívio. Quando ela apareceu, ele pediu ajuda para carregar o feixe de lenha... Em outra ele repete a de Esopo para concluir que sempre achamos que a vida sofrendo ainda é preferível do que morrer. Em uma terceira, o sofredor pede ajuda para tomar a medicação... E há mais uma, talvez brasileira, que pede um palpite para ganhar na loteria... E ainda há aquela em que o sofredor pede para ajudar a mudar a posição da cama... ou de um sofá pesado... O que o fabulista utiliza é o medo que todos têm do desconhecido pois ninguém sabe o que vem depois. As Filosofias que afirmam ser aqui o mundo do sofrimento ensinam que não saber como é depois ajuda a permanecer aqui o tempo necessário para aprender.



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