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Ojaide, Tanure. Migração, Globalização e literatura africana
(OJAIDE; Tanure.)

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 Tanure Ojaide (2008) faz uma leituras comparativa e contrastiva entre autores africanos de diferentes gerações.
A primeira, de autores nascidos e educados na África, entre 1940 a 1950, mesmo que tenham migrado para os EUA ou Europa, tenderiam a representar África de modo nostálgico e heróico. Manteriam sua identidade cultural africana mesmo em terras estrangeiras, ambientando suas narrativas em “tempos e espaços concretos” e, recorrentemente, aludindo ao folclore e a tradições culturais africanas.
Já uma segunda geração de escritores africanos, nascidos após 1960, teriam apenas “memórias tênues de África”, principalmente da sociedade e do eco-sistema tradicional. Além disso, por serem muitas vezes filhos de emigrantes, não seriam aceitos nem como euro-americanos, nem como africanos, sofrendo de “psichic disconnection” em relação à África. Estes escritores pós-coloniais, segundo Ojaide, “imaginam a África, pois não tiveram a experiência física e cultural do continente”.
Estes pós-coloniais seriam mais críticos em relação à história e à sociedade africana, até mesmo mostrando indiferença em relação a cultura, com poucas referencias a tradições folclóricas em suas narrativas. Uma das principais temáticas seria a chegada da idade e a migração (emigração ou retorno) e um dos tropos a violência.
Um aspecto comum entre os escritores das diferentes gerações seria a escrita para uma audiência ocidental, não-africana. Contudo, autores da segunda geração estariam escrevendo para serem lidos, principalmente, por leitores ocidentais. A escrita destes autores, de acordo com Ojaide, não reflete a África de modo realista, nem o lugar, o povo, a visão de mundo, nem a sensibilidade africana. Neste caso, ambientar uma narrativa na África torna-se uma ferramenta conveniente para alcançar um público estrangeiro, mais do que um ambiente relevante para a função artística.
            Devido à migração e à globalização cada vez mais escritores africanos emigrados escrevem a respeito da África. A exposição ao ocidente e a sua herança literária também pode ser positiva, ao possibilitar a ampliação de temáticas, como abuso sexual, lesbianismo e estilo de vida homossexual. Parece haver uma maior segurança e consciência por parte desses escritores vivendo no exterior ao representar temas tabus nas sociedades africanas.
            Ojaide afirma que uma questão que não pode ser predita, mas que começa a ser pensada, é se estes ainda são escritores africanos ou escritores de uma realidade sociocultural diferenciada, que estariam a construir sua própria identidade diaspórica por meio de uma “dupla-consciência” (DUBOIS). Nesse contexto, a migração e a globalização estariam provocando mudanças significativas na literatura africana e na representação da condição africana contemporânea.
      OJAIDE, Tanure. Migration, Globalization, & Recent African Literature. World Literature Today, 82,  n°2, 43-6, Mr/Ap, 2008.

resumo: vander vieira de resende



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